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Rússia volta a adoptar medidas de emergência para travar queda da moeda

O ministério russo das Finanças está a fazer uma nova tentativa para travar a queda da moeda. Desta vez, está a vender divisas estrangeiras que ainda detinha no seu portefólio.

Reuters
17 de Dezembro de 2014 às 11:45
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O ministério das Finanças russo está a vender divisas estrangeiras para travar a queda do rublo. A notícia foi avançada por Moscovo e está a ser citada pelos principais órgãos de informação mundiais. "O ministério das Finanças considera que o rublo está extremamente subvalorizado e está a começar a vender as [reservas] de moeda estrangeira que ainda tem no mercado", revela o comunicado difundido pela imprensa russa, citado pelo Financial Times.

 

Segundo a imprensa local, Moscovo está pronto a vender sete mil milhões de dólares. Esta decisão surge depois de o rublo estar a sofrer fortes quedas face às principais moedas mundiais e da subida da taxa de juro de referência para 17% não ter travado a desvalorização da moeda.

 

Esta manhã, cerca das 11 horas em Lisboa, o rublo crescia 0,34% face ao dólar para 1,4 cêntimos da moeda norte-americana. Ainda assim, durante esta quarta-feira já avançou 5,94% para 1,5 cêntimos e já recuou 4,71% para 1,3 cêntimos. Face ao euro, o rublo segue inalterado nos 1,18 cêntimos. Tendo já disparado 8,47% para 1,28 cêntimos de euro e já tombou 6,78% para 1,10 cêntimos.

 

Para já, ainda não é claro, de acordo com o FT, se o banco central – que tem cerca de 400 mil milhões de dólares em moeda estrangeira, interveio no mercado e está a comprar rublos. Andrei Belousov, conselheiro do Presidente Putin, refere que o Governo e autoridade monetária estão, segundo a publicação britânica, a "trabalhar arduamente" para travar a confusão no mercado cambial.

 

O primeiro-ministro Medvedev deverá reunir-se com o seu Governo, bem como, com o banco central e com os líderes de grandes empresas como a Rosneft, Gazprom, Lukoil e Severstal, esta tarde, de acordo com os órgãos de comunicação social russos, citados pelo FT.

 

Segunda intervenção em três dias

 

Desde o início desta semana, esta é segunda intervenção de emergência das autoridades russas para tentarem travar a queda da moeda. Na madrugada desta terça-feira, 16 de Dezembro, o banco central russo aumentou a taxa directora de 10,5% para 17%, a subida mais acentuada desde o incumprimento do país em 1998. Ao início da manhã desta terça-feira, a moeda russa disparou face às principais divisas mundiais. No entanto, antes das 13h00, hora de Lisboa, a moeda russa, em relação ao dólar, já tinha caído para um novo mínimo histórico. Alguns analistas consultados por órgãos de comunicação internacionais apontavam que uma hipótese em cima da mesa das autoridades de Moscovo é o controlo de capitais para evitar assim uma fuga elevada de capitais.

 

Com esta evolução da moeda russa, o presidente russo, Vladimir Putin, que tem beneficiado de taxas de aprovação superiores a 80% desde a anexação da Crimeia, em Março, está a ver a sua popularidade em risco. "Putin aproveitou os preços altos do petróleo nos primeiros anos em que governou", mas "as peças estão a começar a encaixar-se para afectar a sustentabilidade política do seu regime", antevê Nicholas Spiro, director do Spiro Sovereign Strategy, à Reuters.

 

Com a queda acentuada dos preços do petróleo – a Rússia é um dos grandes exportadores de petróleo e de gás natural - e com as sanções impostas à economia russa devido ao conflito com a Ucrânia, a economia do país tem ressentido-se fortemente.

 

O banco central russo actualizou recentemente as estimativas que indicavam que em 2015-2016 a economia russa poderia registar uma evolução de 0%, prevendo agora uma contracção entre 4,5% e 4,8% em 2015 se o preço do petróleo se mantiver na casa dos 60 dólares por barril.

 

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