A Schroder Salomon Smith Barney (SSSB) reviu em baixa o «preço alvo» para as acções da Cimpor, dos 23 para os 20 euros (4.611 para 4.010 escudos), considerando que os títulos da cimenteira têm um «risco elevado», num estudo efectuado a 1 de Agosto.

O «preço alvo», a 12 meses, avançado pela corretora incorpora um potencial de queda na ordem dos 7%, tendo em conta o valor das acções da cimenteira na sessão de hoje.

A SSSB, que emitiu uma recomendação de «underperform» para os títulos da Cimpor [CIMP], referiu que «esta acção mantém-se sobreavaliada entre cerca de 15% a 20% tendo por base os seus fundamentais».

Segundo a mesma fonte, o «elevado risco» que é associado a estas acções tem a ver com «o comportamento não transparente das instituições portuguesas envolvidas» no processo de privatização da Cimpor.

O Governo decidiu, no início desta semana, vender à Teixeira Duarte [TXDE] a posição de 10,049% que ainda detinha na cimenteira, apesar da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ter chegado à conclusão que a construtora violou os estatutos da Cimpor, ao controlar mais de 10% do capital da empresa.

Posteriormente à decisão do Executivo, a assembleia geral (AG) de accionistas da Cimpor procedeu à eleição do novo conselho de administração (CA) da empresa, proposto pela Teixeira Duarte, tendo Pedro Teixeira Duarte assumido o cargo de presidente da comissão executiva da Cimpor.

A SSSB sublinhou que, tendo em conta estes desenvolvimentos, «a batalha pelo controle da Cimpor parece ter-se aproximado do fim», apesar da Secil e da Holderbank terem ameaçado levar a questão a tribunal e do regulador do mercado ainda poder intervir.

A mesma fonte defendeu que os factos conhecidos esta semana «implicam que o grupo deve voltar a ser avaliado com base nos seus fundamentais», indiciando que as acções da Cimpor passaram a ter um menor interesse especulativo.

Às 14h41, a Cimpor seguia a perder 5,7% para os 21,50 euros (4.310 escudos).