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Saxo aposta no regresso do PSI-20 aos máximos de 2014

A forte recuperação da economia portuguesa não está a ter o devido reflexo na bolsa portuguesa, pelo que o Saxo Bank recomenda aos investidores que tirem partido deste desequilíbrio, apostando que o PSI-20 tem margem para valorizar 35% até ao final do próximo ano.

Miguel Baltazar
05 de Julho de 2017 às 15:47
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A surpresa da melhoria das condições da economia portuguesa não está a ter o devido reflexo no mercado accionista português, que continua a negociar com rácios deprimidos e idênticos aos que registava em 2012, quando a economia estava em recessão. A opinião é de Peter Garnry, responsável máximo da estratégia para o mercado de acções do Saxo Bank, que devido a esta perspectiva está a apostar na bolsa portuguesa.

 

O especialista do banco dinamarquês definiu um "target" de 7.000 pontos para o PSI-20, estimando que o índice português atinja este patamar até ao final de 2018. Uma aposta que incorpora um potencial de valorização de 35% face aos actuais níveis, com o PSI-20 a progredir até níveis de 2014, ano marcado pelo fim do programa de ajustamento em Portugal. O índice português chegou a transaccionar perto dos 8.000 pontos nesse ano, mas acabaria por chegar a Dezembro com um saldo negativo de 26,83%, tendo sido fortemente castigado a partir de Julho devido à pela queda do BES.

 

O mercado português nunca mais recuperou do caso que abalou a banca, o que de acordo com Saxo Bank não se justifica nesta altura, devido sobretudo à melhoria da economia. "Na nossa perspectiva, o mercado está a falhar, de forma massiva, o efeito bola de neve da melhoria dos fundamentais macro-económicos", escreve Peter Garnry, numa nota publicada segunda-feira no site do banco dinamarquês.

 

De acordo com o Saxo Bank, o PSI-20 está actualmente a negociar a 18 vezes os lucros por acção, com um "dividend yield" de 3,6% e um rácio entre a cotação e o valor contabilístico que se encontra ao nível do registado em 2012. "Quer isto dizer que há muito potencial de valorização se as perspectivas e os fundamentais melhorarem apenas ligeiramente", refere Peter Garnry.

   

O analista cita uma série de indicadores (PIB, desemprego, confiança dos agentes económicos, aumento de salários, etc) que mostram a melhoria da economia portuguesa, salientando que o "mais impressionante" é que este desempenho está a ser conseguido numa altura em que o défice orçamental está o nível mais baixo desde 1995.

 

"A nossa aposta ‘bullish’ no mercado português tem por base a perspectiva que os indicadores macro vão em breve acelerar o financiamento, baixar as perdas da banca com o crédito, reduzir o malparado, a construção voltará a ter um contributo positivo para o PIB e o turismo continuará a florescer. Todos estes factores vão determinar uma mudança na avaliação do mercado accionista", refere Garnry.

 

O Saxo adverte que nem tudo são rosas, pois a dívida pública permanece em níveis elevados (130% do PIB) e o crédito ao sector financeiro atingiu o nível mais baixo desde 2007, mas estes factores tornam o crescimento da economia "ainda mais impressionante". O maior risco da recomendação do Saxo está na possibilidade de "abrandamento da economia global", sendo que o banco alerta também para o elevado peso das "utilities" na bolsa portuguesa, sendo que estas cotadas não registam habitualmente taxas de crescimento elevadas.

 

O Saxo recomenda que a aposta no mercado português seja materializada através da compra de CDF sobre o PSI-20, sendo que estes instrumentos financeiros permitem uma elevada alavancagem. O banco recomenda aos investidores que definam o limite às perdas ("stop loss") nos 4.330 pontos (desvalorização de 16%), um nível que acreditam que o PSI-20 só atingirá caso ocorra uma crise bancária ou uma quebra na economia europeia.



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