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Resultados da Sonae superam estimativas e acções sobem mais de 4%
Os analistas são unânimes: os resultados da Sonae superaram as estimativas e podem ser o catalisador para a recuperação das acções. E é o que se está a assistir, com as acções a subirem mais de 4%.
O grupo Sonae consolidou um resultado líquido, após interesses minoritários, de 138 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, um recuo de 3,1% face a igual período do ano passado, anunciou esta quarta-feira, 9 de Novembro, a SGPS ao mercado. O negócio de retalho alimentar da Sonae SGPS – concentrado na Sonae MC e englobando hipermercados (Continente), supermercados (Continente Modelo e Bom Dia) e franchising (Meu Super) – registou vendas trimestrais recorde entre Julho e Setembro de 2016.
As vendas da Sonae até Setembro cresceram "2% acima do estimado devido a vendas superiores na Sonae SR e menores ajustamentos", realça o analista José Mota Freitas do CaixaBI. "A maior parte deste desvio pode ser explicado pelo crescimento 4% acima do projectado nas vendas de Sports & Fashion (é o primeiro trimestre de consolidação da Salsa)."
"A obtenção de um resultado líquido de 138 milhões de euros, 21% acima do esperado, foi facilitada pelo efeito fiscal positivo e pelos resultados indirectos mais elevados", acrescenta a mesma fonte.
"Cremos que a empresa está a começar a colher os benefícios resultantes da estratégia que vem a implementar e que consiste em adoptar agressividade comercial enquanto prossegue com a abertura de lojas orientadas para um conceito de conveniência", adianta o CaixaBI, com o analista a realçar que "a imagem global é favorável e suporta a nossa actual visão positiva para o título".
"Esperamos que as acções reajam muito positivamente" ao facto de os resultados terem superado de forma sólida as estimativas, diz o Haitong. "Acreditamos que estes números vão levar a actualizações às estimativas" dos analistas e a uma reavaliação do negócio de retalho. "De acordo com os nossos cálculos, que já contabilizam um desconto de 10% por ser uma holding, as operações de retalho da Sonae estão actualmente avaliadas a 0,12 euros por acção, bem abaixo da avaliação de 0,70 euros com o ‘cash flow’ descontado", salienta a mesma casa de investimento. O Haitong "reitera a recomendação de ‘comprar’ e o preço-alvo de 1,08 euros por acção".
Já o BPI diz que deve "melhorar as estimativas actuais de vendas comparáveis nas divisões alimentar e não alimentar, enquanto a [Sonae] Sierra também teve um desempenho acima das nossas estimativas", factores que deverão levar a revisões.
"Vemos este conjunto de resultados como um forte trimestre e esperamos uma reacção positiva. Pensamos que o desempenho forte das vendas comparáveis devem ser reflectidas." Os analistas do BPI realçam que a "Sonae negoceia com um desconto de 42% face ao valor líquido dos activos" e a avaliação que este banco de investimento tem da empresa co-liderada por Paulo Azevedo e Ângelo Paupério leva-o a "manter a visão positiva" da cotada.
"A Sonae reportou um conjunto de resultados mais forte do que o esperado", realça a Fidentiis, com "margens melhores na [divisão] não alimentar e maior geração de liquidez". A casa de investimento diz que na sua perspectiva "uma recuperação sustentável das vendas comparáveis no alimentar é a chave para que o preço da acção recupere o momento e os resultados do terceiro trimestre devem representar o ponto de inflexão".
As acções da Sonae estão a reagir em alta, subindo 4,31% para 0,75 euros, tendo chegado a avançar 5% esta manhã. Desde o início do ano, as acções estão a acumular uma queda de quase 28%, com várias casas de investimento a terem avaliações superiores a 1,0 euro.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.