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Jerónimo Martins: BiG vê potencial de queda de mais de 15% e recomenda “reduzir”

O banco BiG identifica incertezas sobre o desenvolvimento futuro da Hebe e da Ara e uma margem limitada de crescimento do Pingo Doce e da Biedronka.

Lusa
11 de Setembro de 2019 às 12:04
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O banco BiG iniciou a cobertura das ações da Jerónimo Martins com a recomendação de "reduzir" e um preço-alvo de 13,17 euros, o que implica um potencial de desvalorização de 15,4% face ao valor de fecho da sessão de ontem (15,56 euros).

Na nota de análise divulgada esta quarta-feira, 11 de setembro, os analistas justificam esta avaliação com o nível de maturidade das insígnias Pingo Doce e Biedronka, em Portugal e na Polónia, respetivamente, o que limita a sua margem de crescimento nestes mercados. Além disso, o BiG nota que a Hebe e a Ara não deverão atingir a escala do Pingo Doce e Biedronka, estando até a demonstrar dificuldades em tornar-se lucrativas.

"As maiores oportunidades de crescimento estão no setor da saúde e beleza na Polónia, onde a Hebe está presente, e no retalho alimentar na Colômbia, onde opera a Ara. No entanto, não se espera que as duas insígnias atinjam a escala que a Biedronka ou o Pingo Doce têm", assinalam os analistas, acrescentando que as duas marcas deverão contribuir com 5 a 7% para as receitas totais do grupo no médio prazo.

Além disso, sublinham, tanto a Ara como a Hebe têm tido dificuldades em obter resultados positivos, "o que cria incerteza em relação ao desenvolvimento futuro".

Quanto às insígnias de peso do grupo, o BiG antecipa que continuarão a ser as principais linhas de negócio, gerando 80 a 90% das receitas totais da Jerónimo Martins.

Contudo, "o retalho alimentar em Portugal já pode ser classificado como amadurecido, enquanto na Polónia se aproxima desse estágio, o que implica que a Biedronka e o Pingo Doce não têm muito espaço para crescer", refere a nota.

Ainda assim, os analistas sublinham que as duas insígnias são líderes no retalho alimentar em Portugal e na Polónia, o que permite à Jerónimo Martins gerar níveis elevados de cash flow e distribuir dividendos "razoáveis" aos acionistas.

O BiG estima que a Jerónimo Martins feche 2019 com lucros de 436 milhões de euros, depois dos 401 milhões obtidos em 2018. Para 2020, as projeções apontam para um resultado líquido de 474 milhões de euros, e para 2021 de 520 milhões.

A Biedronka deverá representar 67% do total das receitas e registar um crescimento de 6,3%, enquanto o Pingo Doce, com um avanço de 4%, será responsável por 22% das receitas. Quanto à Hebe deverá atingir o break even, ao passo que a Ara ainda terá um prejuízo de 58 milhões de euros, de acordo com os analistas.

As ações da Jerónimo Martins estão a subir ligeiros 0,03% para 15,565 euros, depois de três sessões consecutivas de quedas, em que os títulos estiveram a aliviar do máximo de março de 2018 alcançado no passado dia 5 de setembro (15,98 euros).

A empresa já soma 50,53% desde o início do ano, bem acima do saldo acumulado pelo principal índice nacional, o PSI-20 (6,10%).

Segundo os dados da Bloomberg, a retalhista tem 15 recomendações de "comprar", oito de "manter" e quatro de "vender". O 'target' médio é de 14,97 euros, implicando um potencial de queda de 3,8% face à cotação atual.   

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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