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Deutsche Bank recomenda "manter" BCP e "vender" BPI

O banco alemão iniciou a cobertura das acções do BPI e BCP, numa avaliação em que pesou o Novo Banco, por ambos terem participado no resgate ao BES. A queda do preço do petróleo vai afectar a economia de Angola, com consequências para o BFA que é detido pelo BPI.

Sara Matos/Negócios
05 de Dezembro de 2014 às 14:01
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O Deutsche Bank (DB) deu início à cobertura de dois dos maiores bancos portugueses. Na sua primeira avaliação, apontou o peso relevante que o Novo Banco têm actualmente nas contas das instituições. E sublinhou que a queda do preço do petróleo vai ter consequências para o BPI, devido à sua operação angolana.

 

Para o BCP estabelece uma recomendação de "manter" e um preço-alvo de 9 cêntimos, com um potencial de valorização de 8,43% face à cotação actual de 8,3 cêntimos.

 

Já para o BPI estabelece a recomendação de "vender" com um preço-alvo de 1,25 euros, com um potencial de desvalorização de 19,61%, face à cotação actual de 1,555 euros.

 

A recomendação de "vender" prende-se com o "risco dos baixos preços do petróleo terem um impacto negativo na economia angolana", pois 45% do seu produto interno bruto (PIB) está relacionado com o petróleo.

 

O Banco Fomento de Angola (BFA) tem um peso relevante nas contas do banco presidido por Fernando Ulrich: é responsável por 30% das suas receitas e por 60% dos seus lucros pré-provisões. Mas este peso só é relevante devido "à fraca lucratividade (mas a melhorar) do negócio em Portugal", aponta.

 

Mas Angola não pesa só para o BPI, alerta o DB. "Estamos a prever fracos lucros para os dois bancos nas suas operações angolanas até ao final de 2017".

 

O resgate do Novo Banco, com a contribuição do Fundo de Resolução composto por diversos bancos nacionais, pesou nesta avaliação. É que o BCP, através do Fundo de Resolução, é dono de 24% do Novo Banco e o BPI de 10%, sublinha o DB, o que faz com que "futuras perdas possam vir a pesar para os bancos".

 

BPI deve pagar dividendos em 2015 e BCP em 2017

 

A instituição financeira alemã também analisa os dividendos. O BPI deverá assim começar a pagar um "pequeno dividendo" aos seus accionistas em 2015, após devolver este ano a ajuda ao Estado português. Já o banco liderado por Nuno Amado deverá pagar o primeiro dividendo em 2017, após devolver os 750 milhões de euros de ajuda estatal no próximo um ou dois anos.

 

O Deutsche Bank considera que existem diversos factores que podem influenciar positivamente os dois bancos. Primeiro, um bom desfecho na venda do Novo Banco. Depois, uma evolução acima do esperado da margem financeira líquida dos bancos, em particular se os spreads dos créditos às empresas estabilizarem.

 

No caso do BPI, a subida do preço do petróleo iria ajudar ao crescimento da economia angolana, influenciando assim positivamente o BFA.

 

Olhando para os factores que podem influenciar negativamente o BCP, o DB aponta para "um desfecho pior do que o previsto para o Novo Banco ou um atraso no processo da venda". Também considera que seria negativo para o BCP se os reguladores pressionassem a instituição de Nuno Amado para aumentar novamente o seu capital.

 

O BCP está a subir 2,72% para 8,3 cêntimos na bolsa de Lisboa, enquanto o BPI ganha 2,64% para 1,555 euros.

 

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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