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Deutsche Bank espera "grande interesse inicial no Novo Banco"

O banco alemão aponta que a compra do Novo Banco pelo BPI e o Santander Totta iria permitir a ambos dobrar a sua actual quota de mercado de 10% para 20%. Uma aquisição de uma instituição no mercado nacional também seria vantajosa em termos de sinergias de custos para ambos os bancos.

Bruno Simão/Negócios
05 de Dezembro de 2014 às 15:27
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O Deutsche Bank (DB) acredita que o Novo Banco (NB) é um activo interessante tanto para bancos nacionais como para internacionais. Por isso, o banco alemão espera um "grande interesse inicial no Novo Banco", diz o DB numa análise publicada esta sexta-feira, 5 de Dezembro.

 

A instituição liderada por Stock da Cunha seria assim "uma aquisição relevante para todos os bancos europeus, excepto os grandes", aponta. Como atractivo, está o facto de deter cerca de 50 mil milhões de euros de activos ponderados pelo risco e cerca de 10% da quota de mercado em Portugal.

 

Contudo, o DB deixa um alerta sobre a venda do Novo Banco. "Para os bancos portugueses seria mau se o processo de venda se atrasasse" ou se um fraco interesse levasse a que a venda fosse fechada por um baixo preço.

 

Como potenciais interessados nacionais, o DB inclui o BPI e o Santander Totta, cada um com 10% do mercado nacional e que certamente iriam "beneficiar das sinergias" de uma aquisição no mercado doméstico. "Para ambos os bancos, a aquisição do NB seria transformacional, dobrando as suas quotas de mercado doméstico", declara.

 

Propostas poderão chegar de Espanha

 

Olhando lá para fora, o DB considera que poderão haver também "investidores internacionais que poderão ver o Novo Banco como estrategicamente atractivo, e um deles poderá ser um potencial comprador".

 

O DB aponta assim três possíveis interessados espanhóis. O Banco Popular e o BBVA, que já estão presentes em Portugal, e o Sabadell, que detém 5,5% do BCP. Feito o exame a estas instituições, o Deutsche Bank dá nota negativa às três e explica porquê.

 

"Duvidamos que o Banco Popular seja capaz de executar qualquer transacção relevante" devido à actual "limpeza da qualidade dos seus activos em Espanha" e por beneficiar de menos sinergias na compra do NB.

 

Em relação ao Sabadell, aponta a sua fraca presença em Portugal, além da sua posição no BCP e estaria em desvantagem face aos bancos portugueses devido às sinergias. Jáo BBVA está actualmente a reduzir a sua operação portuguesa (2% do mercado) que tem registado perdas nos últimos anos.

 

Concentração na banca portuguesa deverá continuar

 

Analisando o sector da banca nacional, o DB considera que o mesmo está a viver uma fase de mudança no rescaldo do resgate ao BES (que detinha 15% dos empréstimos no mercado).


"O sistema bancário em Portugal enfrenta uma mudança dinâmica devido à evolução da economia no pós-crise e à medida que os bancos continuam a encolher", aponta, sublinhando que  alguns bancos internacionais podem vir a sair do país, como o BBVA e o Barclays.

 

Portugal é o país europeu com o quarto sector bancário mais concentrado, acima da média da Zona Euro, a seguir à Grécia, Finlândia e Holanda. O Deutsche Bank aponta que a concentração no sector "deverá continuar à medida que os bancos mais pequenos saem do mercado". 


Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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