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BPI espera subida de 67% nos lucros do BCP e corta "target"

A revisão em baixa da estimativa de lucros para os próximos anos levou o BPI a reduzir o preço-alvo do BCP para 34 cêntimos.

Bruno Simão/Negócios
24 de Abril de 2018 às 10:20
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O Banco Comercial Português terá fechado o primeiro trimestre deste ano com um resultado líquido de 84 milhões de euros, o que representa uma subida de 67% face ao mesmo período do ano passado e compara com  lucros de apenas 3 milhões de euros nos últimos três meses de 2017.

 

A estimativa é do BPI, que numa nota de antecipação dos resultados que o BCP vai apresentar a 7 de Maio salienta que as contas do banco liderado por Nuno Amado terão beneficiado com o menor volume de provisões.

 

As provisões no crédito terão descido 19% para 121 milhões de euros e as outras provisões terão recuado 15% para 46 milhões de euros. Ao nível operacional os indicadores também terão registado uma variação de sinal positivo, com os lucros operacionais a aumentarem 8% para 320 milhões de euros e as receitas a subirem 6% para 567 milhões de euros.

 

Ao nível da qualidade dos activos, as exposições não rentáveis (NPE) terão recuado 4% face ao quarto trimestre e 20% contra o período homólogo, para 7,34 mil milhões de euros. Tendo em conta apenas a actividade em Portugal a redução terá sido mais substancial (5% em termos trimestrais e 22% na comparação homóloga).

 

Apesar desta evolução positiva, o BPI assinala que o custo do risco terá descido para 92 pontos base, mas ainda assim acima da meta do BCP para a totalidade do ano. Nota negativa também os indicadores do capital, já que o CET1 terá descido para 11,7% (menos duas décimas do que no quarto trimestre), devido à implementação de novas regras contabilísticas.

 

Na nota de "research", o BPI salienta que é a divisão em Portugal que está a suportar a recuperação dos resultados do BCP, beneficiando com a "descida do custo do risco, custos de financiamento mais reduzidos e, eventualmente, taxas de juro mais elevadas".

 

Revisão de estimativas provoca corte no "target"

 

Ainda assim, o BPI reviu em baixa as estimativas de resultados do BCP no futuro, com um corte médio de 2% para o lucro por acção ajustado nos próximos anos. Para o período entre 2017 e 2021, o BPI estima agora um crescimento médio anual de 36%.

 

Esta revisão em baixa deve-se a uma estimativa mais reduzida para a evolução da margem financeira em Portugal, para reflectir os ganhos de menor dimensão com a carteira de obrigações no curto prazo, bem como taxas de juro mais baixas no médio prazo.

 

Assim, o preço-alvo foi revisto em baixa de 3%, de 35 para 34 cêntimos por acção. A nova avaliação incorpora um potencial de valorização das acções de 16,5%. A recomendação continua a ser "neutral".

 

O BPI destaca que o BCP é uma "história de recuperação suportada pela redução do NPE e custo do risco", sendo que as perspectivas macro-económicas em Portugal suportam a perspectiva de que o BCP vai conseguir superar a sua meta de redução dos activos problemáticos ("Non-performing assets", ou NPA).

 

O BCP apresenta os resultados do primeiro trimestre a 7 de Maio. Esta manhã anunciou que os lucros do Bank Millennium (banco polaco onde detém uma posição de 50,1%) aumentaram 11%.

 

As acções do BCP sobem 0,31% para 0,2918 euros.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.    

 

 

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