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BESI diz que é “altura de comprar” acções do BCP
Avaliação das acções subiu para 20 cêntimos e a recomendação para “comprar”. BESI acredita que o banco liderado por Nuno Amado tem uma posição “mais confortável” para reembolsar a ajuda estatal.
O Espírito Santo Investment Bank, unidade de “research” do Banco Espírito Santo de Investimento, subiu a recomendação das acções do BCP de “neutral” para “comprar” e a avaliação dos títulos de 19 cêntimos para 20 cêntimos.
A melhoria surge depois das contas de 2013 que o banco liderado por Nuno Amado apresentou na segunda-feira, que foram “favoráveis” ao nível operacional. O BCP registou prejuízos de 740 milhões de euros no ano passado, uma redução face aos resultados líquidos negativos de 1.219 milhões de euros em 2012.
Num “research” intitulado “altura para comprar”, o BESI destaca também, como factor favorável da apresentação de resultados, o facto de o Banco de Portugal ter aceite uma “grande redução” de 4,8 mil milhões de euros nos activos ponderados pelo risco (RWA na sigla inglesa), o que tem um impacto positivo de 110 pontos base no rácio de capital. Assinala ainda que o rácio do crédito malparado desceu pelo segundo trimestre consecutivo, os custos operacionais continuam a cair.
“Pensamos que isto, em conjunto com a recente subida no valor de mercado da unidade polaca (17% em três semanas), providencia um conforto adicional no reembolso” da ajuda estatal, referem os analistas do BESI.
O banco de investimento assinala que as acções do BCP desvalorizaram 16% nas últimas três semanas, enquanto no mesmo período o PSI-20 caiu 7%. Se da análise for excluída a unidade polaca, a queda no valor de mercado do BCP em três semanas foi de 34%, o que “consideramos excessivo, apesar do recente debate relacionado com a aprovação da dedução dos créditos fiscais”.
O BESI acredita que o Governo português acabará por aprovar as alterações ao tratamento dos activos por impostos diferidos, o que permitirá ao BCP “reembolsar mais cedo” as CoCo subscritas pelo Estado português. Mesmo sem ter em conta a dedução dos créditos fiscais, o BESI acredita que o BCP conseguirá cobrir a escassez de capital, “vendendo a unidade polaca aos actuais preços de mercado, sem necessitar de um aumento de capital”.
A expectativa do BESI aponta para que o Governo português aprove a dedução dos créditos fiscais durante o primeiro trimestre, assim que seja claro que tal não terá impacto nas contas públicas. “Caso contrário, será criada uma grande desvantagem para alguns bancos portugueses, face aos seus pares no Sul da Europa”.
As acções do BCP seguem a subir 4,95% para 0,1697 euros. No acumulado do ano os títulos avançam 3,26%.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de “research” emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de “research” na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.