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Bernstein vê “crise em câmara lenta” na PT e Oi

O Bernstein Research cortou um terço da avaliação da Portugal Telecom. Em causa está a Oi, onde a política de dividendos, a política de investimento e o balanço estão “em rota de colisão”, enunciam os analistas. Pode ser necessária uma clarificação “do controlo e da posse” da participada da PT no Brasil.

5 Zeinal Bava, Portugal Telecom
22 de Julho de 2013 às 14:04
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A unidade de análise da Sanford C. Bernstein reduziu o preço-alvo da Portugal Telecom de 4,50 para 3,00 euros por acção, cortando um terço do valor accionista que atribui à maior operadora portuguesa. A revisão da avaliação é explicada aos clientes do banco numa nota de análise de 11 de Julho cujo título diz que a PT e a no Oi vivem uma “crise em câmara lenta à espera de resolução”. A recomendação continua a ser "market-perform".

 

A analista Robin Bienenstock diz que, na Oi, entre a política de dividendos, o investimento previsto e o balanço, “alguma coisa terá de ceder”. A ida de Zeinal Bava para a Oi é um dado animador mas o banco acredita que a maior parte dos cenários de melhoria da operadora no Brasil poderá implicar alguma perda de valor accionista no curto prazo.

 

“Nem todos os cenários de longo prazo são negros para as duas empresas [Portugal Telecom e Oi], mas na maioria ficam pior antes de ficarem melhor”, sublinha a nota de “research”. A operadora brasileira é responsável por metade das receitas consolidadas da Portugal Telecom.

 

O problema da Oi é uma rede de cobre cuja qualidade é “fraca” e que deixa a operadora “altamente exposta à tendência de deterioração das receitas no negócio de voz”, resume a analista. O negócio de Internet de banda larga tem ainda uma escala pequena e também necessita de maior investimento.

 

Para colmatar estas lacunas seria necessário maior investimento do que previsto em “capex” (despesas de capital). Contudo, estas são incompatíveis com a política de dividendos e a solidez do balanço da Oi, no longo prazo, pelo que o futuro poderá passar por uma alteração da controlo da operadora brasileira.

 

No caso de a PT decidir tomar a dianteira na alteração da estrutura accionista e reforçar a participação na Oi, poderá ter de alienar a participação que detém na Africatel e cortar o dividendo para metade. Contudo, o sucesso destas operações depende da situação política em Portugal, que pode impedir uma venda da operadora africana e condições favoráveis.

 

As acções da Portugal Telecom estão a valorizar 2,47% para 2,88 euros, ainda que acumulem uma perda de 24,9% face ao valor em que se encontravam no início do ano 2013. Isto apesar de estarem a recuperar parte das perdas que levaram o preço das acções a mínimos de Fevereiro de 1996, ao encerrarem nos 2,71 euros no dia 12 de Julho.

 

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de “research” emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de “research” na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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