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Barclays duvida que Galp mantenha ritmo de crescimento dos dividendos
Apesar de considerarem improvável a manutenção do ritmo de subida de dividendo, os analistas do Barclays mantêm as perspectivas positivas para as acções da petrolífera.
Os analistas do Barclays consideram improvável que a Galp continue a apresentar um crescimento do dividendo de 20% ao ano após 2016. No entanto, isso não pesa na avaliação que fazem para as acções da petrolífera portuguesa.
"Apesar de aparentar ser improvável que a empresa continue a aumentar o seu dividendo até 20% além de 2016, não vemos isto como um requerimento" para o caso de investimento, referem os analistas Lydia Rainforth, Joshua Stone e Danni Li, numa nota a que o Negócios teve acesso. Explicam que as "acções já têm uma taxa de rentabilidade de 4% e esse dinheiro poderá ser melhor utilizado no próprio negócio".
Em 2012, a Galp havia anunciado uma política de remuneração ao accionista que assumia "um crescimento médio do dividendo de 20% ao ano, para o período entre 2012 e 2016".
Um dos melhores desempenhos do trimestre
Na nota de investimento, divulgada após a Galp ter mostrado os dados operacionais preliminares do quarto trimestre de 2015, os analistas do Barclays mostram-se optimistas para os resultados da empresa.
Esses dados, que mostraram um aumento da produção e uma quebra nas vendas de gás natural, confirmaram a expectativa do Barclays de que a empresa tenha conseguido um lucro antes de juros e impostos de 182 milhões de euros nos últimos três meses de 2015. Já a estimativa para o resultado líquido foi revista em alta, apesar de continuar a apontar para uma descida.
O banco britânico estima agora que o lucro tenha caído 5% em termos homólogos, "com o impacto da descida de 43% no preço do petróleo a ser compensada por uma maior produção". E concluem: "Isto deverá levar a Galp a ter um dos melhores desempenhos no nosso universo do sector no quarto trimestre". O Barclays estima um lucro líquido ajustado de 130 milhões nos últimos três meses de 2015.
Recomendação positiva
O Barclays reiterou a recomendação de "overweight" (favorecer face ao sector) para as acções da petrolífera. E manteve o preço-alvo em 15 euros, mais de 50% acima dos 9,86 euros a que as acções transaccionam no mercado. No melhor cenário, o preço-alvo sobe para 18 euros e no pior, que pressupõe que o petróleo negoceie em 40 dólares, a estimativa para o valor justo é de 10,20 euros.
O Barclays explica que apesar de a empresa "ter mostrado uma maior propensão para "upstream" (exploração e produção) a Galp permanece predominantemente uma empresa de "downstream" (refinação e distribuição) centrada na Europa". E defende que esta característica permitirá à empresa compensar as perdas no negócio de exploração e produção decorrentes de preços do petróleo mais baixos.
Além disso, o Barclays refere que "no longo prazo, vemos o crescimento dos resultados como extremamente atractivo especialmente quando comparado com o das pares".