Notícia
As avaliações do CaixaBI para 12 cotadas da bolsa portuguesa
Os analistas do CaixaBI atualizaram as suas avaliações para as cotadas do PSI-20 para este ano. O banco de investimento está otimista para a generalidade das empresas e vê o principal índice da bolsa a subir entre 20% a 30%, em 2021.
REN é a aposta segura na bolsa
Recomendação: Comprar
Preço-alvo: 3,15€
A REN é uma das apostas do CaixaBI para investir em 2021. Os analistas avaliam a REN com um "target" de 3,15 euros, destacam o perfil defensivo do título com resultados previsíveis, bem como um dividendo atrativo e uma política de remuneração clara.
"Mantemos uma visão positiva para a história da ação da REN, apresentando um perfil defensivo com ganhos visíveis e previsíveis, e um enorme sucesso na gestão da dívida e corte de custos financeiros para compensar o declínio na remuneração dos ativos", escreve o analista João Miguel Lourenço, no "research" a que o Negócios teve acesso.
O dividendo é outro dos pontos fortes realçados no caso de investimento da REN, com o especialista a realçar que a empresa apresenta um retorno de dividendo de 7,2%, um dos mais elevados entre os seus pares, com a administração a comprometer-se com um dividendo constante de 0,171 euros até 2021.
Do lado dos riscos, o destaque vai para a incerteza em torno da contribuição extraordinária sobre o setor da energia (CESE), cuja eliminação "deverá ser um importante catalisador para a ação".
Sonae: Da liderança no retalho ao dividendo da Nos
Recomendação: Comprar
Preço-alvo: 1,3€
A Sonae SGPS é outra das empresas eleitas para apostar na bolsa este ano. Os analistas realçam, em primeiro lugar, a posição de liderança no setor do retalho alimentar em Portugal, com os analistas a preverem que a Sonae MC deverá continuar a ser o principal motor de crescimentos das receitas, na medida em que o retalho alimentar beneficiou de um crescimento da procura durante o período da pandemia.
"A Sonae tem outros negócios no seu portefólio que não têm esse tipo de resiliência, nomeadamente Sonae Sierra e Sonae Fashion, que devem continuar a ser afetados pela relutância das pessoas em visitar centros comerciais e lojas físicas enquanto a pandemia ainda estiver ativa", acrescenta Artur Amaro.
Já a exposição ao dividendo da Nos, através da posição dominante que a Sonae mantém na operadora, é um ponto de interesse.
"A Sonae tem um balanço, que deve beneficiar com a forte geração de fluxo de caixa esperada para os próximos anos e o recebimento de dividendos da NOS, também uma proposta de investimento defensiva neste contexto", remata o analista.
Semapa eleita para ganhar exposição à Navigator
Recomendação: Comprar
Preço-alvo: 17€
A fechar a lista de "top picks" para 2021 está a Semapa. A "holding" que detém a Navigator é escolhida, por um lado, pela posição de domínio que exerce na papeleira, e, por outro, pelas perspetivas de retoma no setor do cimento.
"A Semapa reportou um conjunto robusto de resultados nos primeiros nove meses do ano, sustentado por um forte terceiro trimestre tanto no negócio da pasta e do papel (Navigator) como no negócio do cimento", refere o CaixaBI.
Em relação ao setor do cimento, o banco de investimento escreve que assistimos a um forte desempenho quer no mercado interno, quer na atividade no Brasil, uma evolução que pode espelhar o que esperar do resto do ano.
Já a Navigator, dizem os especialistas, está a ser subavaliada pelo mercado, pelo que apresenta um ponto de entrada interessante um horizonte de médio prazo.
Altri: uma das papeleiras mais eficientes do mundo
Recomendação: Acumular
Preço-alvo: 5,3€
O CaixaBI avalia a Altri com um preço-alvo de 5,3 euros por ação, um "target" que oferece uma margem de progressão limitada aos títulos face à cotação atual (2%). Ainda assim, o analista Carlos Jesus considera a papeleira portuguesa uma das produtoras de pasta mais eficiente do mundo, com necessidades de investimento limitadas e um serviço de dívida bem gerido, "oferecendo uma boa proteção contra baixos preços de pasta e uma maior margem de potencial de subida quando os preços aumentarem".
Em relação ao impacto da pandemia, o banco de investimento não antecipa uma quebra de volumes, argumentando que a procura por pasta manteve-se em níveis saudáveis na primeira metade do ano passado, suportada pela procura de produtos para quem fica mais tempo em casa.
Corticeira: CaixaBI antecipa regresso de dividendo “extra” este ano
Recomendação: Acumular
Preço-alvo: 11,3€
A Corticeira Amorim foi uma das empresas que alterou a sua política de distribuição de dividendos habitual devido à pandemia. Apesar de ter mantido inalterado o seu dividendo regular de 11,5 cêntimos por ação, a empresa optou por não pagar o dividendo extraordinário de dezembro, o contrário do que tem vindo a acontecer desde 2012. Para os analistas do CaixaBI esta decisão deverá ser reavaliada já este ano.
"Acreditamos que o pagamento de um duplo dividendo vai regressar em 2021", escreve o analista Artur Amaro. Olhando para o futuro, o especialista aplaude as medidas implementadas pela gestão para cortar os custos com os materiais e os aumentos de preços dos produtos, medidas que deverão suportar a margem operacional já em 2020 e ser mais visíveis nos próximos dois anos.
Encomendas e Banco CTT suportam empresa de correios
Recomendação: Acumular
Preço-alvo: 2,50€
O CaixaBI considera que as ações dos CTT oferecem agora maior interesse, dado o bom comportamento da área de encomendas e o Banco CTT. Duas áreas de negócio que compensam a quebra nos correios tradicionais. Em relação à área de entrega de encomendas, o banco refere que este segmento está a ser fortemente sustentado pela pandemia, com níveis recorde em Portugal e Espanha.
Já o negócio bancário "provou ser resiliente neste contexto, ainda que estejamos um pouco preocupados com o nível de provisões feitas até agora".
Galp tem margem para disparar 40%
Recomendação: Comprar
Preço-alvo: 13,20€
Os analistas do CaixaBI mantêm uma avaliação positiva para as ações da Galp. Depois de um ano em que a pandemia destruiu qualquer estimativa de resultados para a atividade da petrolífera, o banco de investimento realça que há efeitos do surto que ainda vão ser sentidos este ano. No entanto, "o portefólio de exploração e produção com um ‘breakeven’ baixo permite à empresa estar melhor ajustada do que a maioria para suportar o impacto da queda dos preços do petróleo, estando as outras áreas de negócio também expostas aos perigos de novos impactos negativos no consumo de combustível".
O preço-alvo de 13,20 euros confere um potencial de subida de 40% às ações da petrolífera, com os analistas a continuarem a atribuir maior valor área de exploração e produção, sobretudo na unidade do Tupi, no Brasil.
Ibersol enfrenta recuperação gradual e lenta
Recomendação: Comprar
Preço-alvo: 6,60€
A Ibersol é uma das empresas que foi mais afetada pelas restrições implementadas no combate à covid-19. O CaixaBI considera, por isso, que a empresa tem pela frente uma recuperação "gradual e lenta", que estará dependente do levantamento destas medidas, nomeadamente no que diz respeito à liberdade das pessoas para viajar.
"Isto significa que esperamos que estes segmentos regressem aos níveis de atividade pré-covid apenas em 2022", escreve o banco de investimento.
Em termos de avaliação, o CaixaBI atribui um "target" de 6,6 euros à empresa, um valor que lhe atribui um potencial de subida superior a 32%.
Biedronka permanece motor de resultados da Jerónimo
Recomendação: Acumular
Preço-alvo: 17,5€
Os analistas do CaixaBI acreditam que o investimento na Jerónimo Martins mantém-se bem suportado, com a atividade na Polónia, onde controla a Biedronka, a manter uma posição de domínio e uma política de forte concorrência em termos de preços. Os analistas acreditam que a Biedronka está ainda melhor posicionada para enfrentar as restrições de circulação e no acesso às lojas.
Em relação à Ara, o banco refere que a expansão foi adiada, mas os analistas ainda antecipam o "breakeven" desta unidade este ano.
Parceria chinesa é um “game changer” para a Mota
Recomendação: Sob revisão
A parceria estabelecida entre a construtora portuguesa Mota-Engil e a chinesa China Communications Construction Company (CCCC) é considerado pelos analistas do CaixaBI um verdadeiro "game changer" para a empresa lusa. Além de receber uma injeção de capital numa fase crucial, a Mota vai ainda ganhar com a experiência e conhecimento de uma das maiores empresas de infratruturas do mundo.
"Esta aliança deve continuar a trazer receitas e EBITDA adicionais para a empresa, permitindo uma desalavancagem importante do seu balanço", remata o banco de investimento, que mantém a avaliação da empresa sob revisão.
Nos está bem protegida contra a crise
Recomendação: Comprar
Preço-alvo: 5,20€
O CaixaBI avalia a Nos com uma recomendação de comprar e um "target" de 5,20 euros. Para os analistas a companhia está numa posição "bem protegida contra o abrandamento económico dada a natureza do seu negócio principal", devido à necessidade dos consumidores em ter acesso a Internet.
Além do impacto positivo da pandemia na procura pelos seus serviços, a Nos tem um balanço robusto, que juntamente com a sua capacidade de geração de cash-flow deverão "dar amplo espaço de manobra para manter uma política de dividendo atrativa no futuro".
Política de dividendos da Navigator pode ser ajustada
Recomendação: Comprar
Preço-alvo: 3,10€
Os analistas do CaixaBI antecipam um impacto "material" da pandemia na atividade da Navigator. Acreditam, por isso, que a política de dividendos da papeleira tenha que ser ajustada no futuro.
Dito isto, "a Navigator continua a ser uma das empresas mais sólidas e rentáveis do setor, justificando o prémio em termos de métricas de avaliação que estamos a incorporar atualmente", apontam os especialistas. O "target" de 3,10 euros dá um potencial de subida de quase 22% à empresa.