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CaixaBI sobe avaliação da Galp Energia mas dá potencial de desvalorização
A subida do preço-alvo, justificada com a reavaliação dos activos no Brasil e Moçambique, foi insuficiente para superar a cotação das acções petrolífera.
O CaixaBI subiu o preço-alvo da Galp Energia, de 12,40 para 13,80 euros, uma nova avaliação que continua abaixo da cotação das acções, o que justifica a descida da recomendação, de "acumular" para "neutral".
A nova avaliação incorpora agora um potencial de desvalorização de 2,1%, tendo em conta a cotação de fecho de quinta-feira, 15 de Dezembro, data da publicação do "research".
A subida da avaliação da companhia está centrada nos activos que a companhia detém no Brasil e em Moçambique.
"Foi realizada uma análise à performance da produção de crude nos campos do pré-sal, comparando com outras áreas de offshore como o Golfo do México e o Mar do Norte. Concluímos que o pré-sal Brasileiro evidencia vantagens em termos de sustentabilidade da produção em pico, com níveis mínimos de produção de água", refere o analista Carlos Jesus, na nota de análise a que o Negócios teve acesso.
O CaixaBI assinala que os breakevens em campos de pré-sal onde a Galp está presente "são suficientemente robustos no actual cenário de preços de crude e mesmo a níveis inferiores", sendo a exposição da petrolífera portuguesa a estes activos no Brasil "oferece um perfil defensivo em termos de baixos preços de petróleo, ao mesmo tempo que providencia potencial de subida devido ao incremento de produção proveniente desta zona".
No negócio em Moçambique o CaixaBI assinala que os projectos de gás neste país africano "permitem uma maior diversificação do portfolio da Galp, que actualmente é focado na produção de crude", sendo que "uma decisão final de investimento no projecto de FLNG, estará muito dependente de se alcançar uma estrutura de financiamento devidamente optimizada".
O CaixaBI considera que a Galp Energia está a ser correctamente avaliada pelo mercado, sendo uma empresa com um perfil "defensivo" face aos baixos preços do petróleo, devido ao modelo de negócio integrado que apresenta.
O negócio no Brasil providencia potencial de valorização e os projectos em Moçambique são "desafiantes", mas também representam uma "necessária diversificação", conclui Carlos Jesus.
"Tendo em conta o actual preço de Mercado, acreditamos que a Galp está a cotar a um valor justo e atribuímos uma recomendação de neutral", acrescenta.
As acções da Galp Energia sobem 0,35% para 14,15 euros. Os títulos acumulam um ganho de 10,46% em Dezembro, no terceiro mês consecutivo de subidas, devido sobretudo à recuperação dos preços do petróleo.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.