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Sonae sobe 3% após Cláudia Azevedo reiterar dividendo
Cláudia Azevedo disse que existe uma proposta de distribuição de dividendos "que é conhecida" e não deverá sofrer alterações.
As ações da Sonae estão a reagir em alta às declarações de ontem da CEO da empresa, que afirmou que não está prevista qualquer alteração à proposta de pagamento de dividendos referente ao exercício do ano passado.
A holding segue a valorizar 2,38% para 0,6665 euros, sendo que chegou a subir 3,69% para 0,675 euros.
Após uma audiência com o Presidente da República, Cláudia Azevedo disse que existe uma proposta de distribuição de dividendos "que é conhecida" e não deverá sofrer alterações, mas, frisou, "essa é uma matéria decidida pelos acionistas e não pela CEO".
A administração da Sonae anunciou no passado dia 18 de março (quando a pandemia já estava com forte propagação em Portugal) que vai propor na AG um dividendo de 4,63 cêntimos por ação por conta dos resultados de 2019, o que corresponde a um aumento de 5% face aos 4,41 cêntimos distribuídos no ano passado.
O CEO da Jerónimo Martins adotou uma posição mais cautelosa. Também após uma audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, Pedro Soares dos Santos afirmou que a proposta de pagamento de dividendos "é uma matéria que ainda vamos discutir". A dona do Pingo Doce tem uma proposta de pagamento de uma remuneração acionista de 216,8 milhões de euros, o equivalente a 34,5 cêntimos por ação.
Comentando estas declarações, os analistas do CaixaBank BPI dizem que, olhando para o desempenho das ações das retalhistas alimentares da Europa, "esperamos que se a covid-19 tiver algum impacto, este seja positivo", o que "pode levar alguns investidores a questionar a opção de cancelar dividendos".
No que diz respeito à Sonae, o CaixaBank BPI refere que tem algumas unidades que podem sofrer um maior impacto devido à pandemia, como é o caso da Sonae Sierra (20% do valor líquido dos ativos) e da Sonae Fashion.
Tendo em conta a atual cotação, ao dividendo da Sonae corresponde um dividend yield de 7,1%. As ações da Sonae acumulam uma queda de 27% este ano, mas desde o mínimo atingido a 19 de março (0,50 euros), já recuperam 35%.