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Wall Street vive um dos piores dias do ano com medo da inflação
As bolsas norte-americanas encerraram em forte queda, com os investidores cada vez mais nervosos perante os números da inflação nos EUA. Há um "medo extremo" visível em três indicadores seguidos pela CNN.
O Dow Jones fechou a cair 1,99%, para se fixar nos 33.587,40 pontos, na sua pior sessão desde janeiro. Isto depois de ter aberto a semana a marcar um máximo histórico na negociação intradiária, nos 35.091,56 pontos.
Já o Standard & Poor’s 500 cedeu 2,14%, para 4.063,04 pontos, depois de na passada sexta-feira ter atingido um máximo de sempre nos 4.238,04 pontos. Hoje registou a pior performance desde fevereiro.
Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite desvalorizou 2,67% para 13.031,68 pontos, naquele que foi o pior dia desde 18 de março – algo que já tinha sucedido também há dois dias, quando afundou 2,55%.
Os números da inflação de abril no país ficaram acima do estimado (4,2%, contra 3,6% projetados pelos economistas), o que assustou ainda mais os intervenientes de mercado, que receiam que a Fed possa decidir-se a subir os juros diretores mais cedo do que o esperado para travar este ímpeto nos preços.
O índice tecnológico foi de novo o mais castigado, já que se tem revelado extremamente sensível aos receios em torno da inflação nos últimos meses.
O presidente da Fed, Jerome Powell, tem reafirmado que para o banco central mudar a sua política teria de haver simultaneamente uma melhoria no mercado laboral e uma subida da inflação no médio prazo – a subida temporária, no curto prazo, é algo que não assusta a Reserva Federal. No entanto, estes novos dados reforçaram os receios de que a Fed não mantenha durante muito tempo os juros diretores nos atuais mínimos históricos.
O medo é oficial
"É oficial. Os investidores estão com medo. Muito medo", sublinha a CNN, já que o seu CNN Business Fear & Greed Index [índice do medo e ganância] entrou hoje em território de "medo" pela primeira vez desde março.
Três dos sete indicadores do sentimento de mercado que o índice rastreia estão em níveis de "medo extremo": a procura pela segurança das obrigações e também das opções de venda (put options), bem como o índice VIX – que mede a volatilidade do mercado e que disparou 20% na sessão de hoje.