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Wall Street sobe sem se assustar com a inflação

Os principais índices bolsistas norte-americanos encerraram em terreno positivo, com a inflação a não assustar, uma vez que, apesar de elevada, ficou em linha com o esperado.

As principais bolsas mundiais registam ganhos em 2021, com mercados como Wall Street e o alemão Dax a renovarem sucessivos recordes.
Courtney Crow/EPA
12 de Janeiro de 2022 às 21:15
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As bolsas do outro lado do Atlântico subiram nesta quarta-feira, apesar dos números da subida da inflação – uma vez que esta ficou em linha com o que o mercado esperava.

 

As cotadas das matérias-primas, retalho e tecnologias lideraram os ganhos do S&P 500. A Tesla e a Alphabet deram o mote ao rally nas megacaps.

 

Já o setor financeiro teve um desempenho generalizadamente negativo, numa altura em que os grandes bancos nos EUA se prepararam para começar a reportar as suas contas.

 

O índice industrial Dow Jones fechou a somar 0,11% para 36.290,52 pontos. No passado dia 5 de janeiro tocou num nível nunca antes atingido, nos 36.952,65 pontos.

 

O Standard & Poor’s 500, por sua vez, avançou 0,28% para 4.726,35 pontos. Na negociação intradiária de 4 de janeiro atingiu o valor mais alto de sempre, nos 4.818,62 pontos.

 

Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite valorizou 0,23% para se fixar nos 15.188,39 pontos. No passado dia 22 de novembro, recorde-se, atingiu um máximo histórico nos 16.212,23 pontos.

 

O índice de preços no consumidor voltou a subir nos Estados Unidos, elevando a inflação registada nos 12 meses de 2021 para 7%. Este é o nível mais rápido de subida dos preços na maior economia do mundo no espaço de 40 anos, já que é preciso recuar até junho de 1982 para encontrar valores semelhantes na inflação.

De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira, em dezembro os preços subiram 0,5% face ao mês anterior, valor que ultrapassou as estimativas dos economistas, que antecipavam uma subida de 0,4% entre os dois meses. 

Ainda assim, os números da inflação nos 12 meses vão ao encontro das estimativas dos economistas, que antecipavam a chegada aos 7%, depois de em novembro o índice de preços ter atingido os 6,8%.

 

Sobre as últimas subidas em Wall Street, Marco Silva, consultor da ActivTrades, refere na sua análise diária o "fator Powell", que ontem falou perante o Senado. "À medida que o presidente da Fed foi falando, na audição para a sua recondução no cargo, os investidores optaram por continuar a puxar pelos índices, com particular destaque para o Nasdaq, que voltou a ser o que mais força relativa teve", sublinha.


"Na prática, e não obstante a volatilidade com o evento de Powell, Wall Street manteve o caminho de retificação da rotação da semana passada, preferindo as tecnológicas em detrimento das industriais e financeiras, beneficiando da estagnação nos juros da dívida dos EUA, que perderam fulgor assim que bateram nos 1,8%, e nada do que Powell referiu alterou esse resultado, sinal de que o mercado já esperava por uma posição resoluta do presidente da Fed, nomeadamente quando indicou que os membros do banco central estão preparados para ser mais agressivos caso a inflação persista em valores demasiado altos para os objetivos da política monetária".

 

Os membros da Fed "podem trabalhar no lado da procura", que Powell indicou estar forte, "reduzindo-a através do aumento dos juros", mas "pouco podem fazer para resolver a outra metade do problema, os constrangimentos na oferta".

 

"Apesar do aparente sentimento positivo nestas primeiras sessões desta semana, é de realçar que os investidores estão a recalibrar as suas expectativas, com algumas casas de investimento, como o Goldman Sachs e o J.P Morgan a esperarem agora por quatro mexidas este ano nos juros, numa subida agregada de 1% que Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, indicou poder até pecar por defeito – mas deixando uma palavra de confiança ao ressalvar que a economia consegue suster essa subida sem impacto negativo significativo".

 

"Quero com isto dizer que, nesta reconfiguração de expectativas, os ‘touros’ têm tido espaço para respirar, mas os ‘ursos’ estão prontos para voltar à carga, assim que os indicadores técnicos dos principais índices já tiverem completado o ‘rebound’", salienta Marco Silva.

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