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Wall Street prolonga quedas depois de tocar em mínimos de 14 meses

As bolsas norte-americanas arrancaram a sessão com mais quedas, depois do tombo de ontem provocado pela decisão da Reserva Federal de ontem, renovando mínimos de 14 meses.

20 de Dezembro de 2018 às 14:37
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Wall Street começou a sessão desta quinta-feira, 20 de Dezembro, com mais quedas generalizadas, depois de ter atingido mínimos de 14 meses na sessão anterior. A pesar nas bolsas esteve a decisão da Fed de aumentar os juros pela quarta vez este ano, mas mais do que isso pesou a intenção de subir duas vezes no próximo ano. 

O índice industrial Dow Jones desce 0,56% para 23.180,12 pontos e o tecnológico Nasdaq desvaloriza 0,35% para 6.614,109 pontos. Já o S&P500 está a cair 0,6% para 2.492,13 pontos.

Esta previsão desiludiu os investidores que aguardavam uma redução ainda maior no ritmo de subida dos juros – ou até mesmo uma pausa. Os investidores também não gostaram de ouvir as declarações do presidente da Fed, já que Jerome Powell não se mostrou preocupado com a forte volatilidade que tem atingido os mercados. "Não olhamos para nenhum mercado em particular" e "um pouco de volatilidade" provavelmente não terá impacto na economia, disse.  

Além da subida dos juros, a Reserva Federal reiterou a continuidade da redução do tamanho do seu balanço. Actualmente, a Fed está a desfazer-se de 50 mil milhões de dólares por mês em obrigações públicas e privadas que adquiriu durante e depois da crise financeira para revitalizar a economia norte-americana.

Em termos de indicadores económicos, destaque para o número de novos pedidos de desemprego que subiu ligeiramente na semana passada, depois de ter sido atingido um mínimo de 12 semanas. O aumento de oito mil levou os novos pedidos para os 214 mil, mas ficou abaixo da expectativas dos analistas.

Nota ainda para a inversão da curva de rendimento das obrigações norte-americanas - que é assumido nos mercados como um indicador de recessãoUma inversão ocorre quando a taxa de juro associada às obrigações de curto prazo supera a yield das obrigações de longo prazo, que normalmente é mais baixa porque os investidores "cobram" mais para terem o seu dinheiro investido numa maturidade mais longa. É isso que está a acontecer: o diferencial entre os juros a dois anos e os juros a dez anos está em mínimos de 2007.

O impacto da decisão da Fed acabou por se propagar a outros mercados. Depois da queda de ontem de Wall Street, as bolsas asiáticas também negociaram em baixa e as bolsas europeias bateram em mínimos de mais de dois anos. 

Em Nova Iorque, a notícia da Reuters de que a indústria farmacêutica vai aumentar os preços dos medicamentos em Janeiro está a impulsionar as cotadas do sector. Já o Facebook está a recuperar ligeiramente, depois de várias sessões de quedas por causa dos sucessivos escandâlos de privacidade.

Perante as dúvidas sobre a saúde da economia norte-americana, o dólar negoceia em mínimos de um mês. 

(Notícia actualizada às 14h50)
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