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Wall Street no vermelho com investidores a digerirem dados após forte "rally"
Os preços no produtor e os números de pedidos de subsídio de desemprego nos Estados Unidos levaram os principais índices do lado de lá do Atlântico a interromperem os ganhos.
Depois de uma sessão em que o S&P 500 e o Nasdaq Composite encerraram em alta, com o índice tecnológico a tocar máximos históricos acima dos 20 mil pontos, os principais "benchmarks" em Wall Street interromperam os mais recentes ganhos esta quinta-feira, numa altura em que os investidores avaliam os últimos indicadores económicos a serem conhecidos antes da reunião da Reserva Federal.
Ontem os números da inflação ficaram em linha com o esperado pelos analistas e hoje os preços no produtor de novembro nos Estados Unidos mostraram uma aceleração mensal de 0,4% em novembro, ligeiramente acima dos 0,2% esperados pelos analistas. Em termos homólogos a subida foi de 3% face aos 2,6% previstos.
O S&P 500 recuou 0,54% para os 6.051,25 pontos, enquanto o Nasdaq Composite cedeu 0,66% para 19.902,84 pontos. Já o Dow Jones perdeu 0,53% para 43.914,12 pontos, num dia em que o presidente-eleito Donald Trump tocou o sino na abertura da sessão, por ter sido eleito personalidade do ano pela revista Time.
Os analistas preveem agora mais de 98% de probabilidades de a Fed vir a reduzir as taxas diretoras em 25 pontos base na próxima semana, contra os 86% antes dos dados desta quarta-feira terem sido divulgados, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME, citada pela Reuters.
A próxima reunião da Fed está agendada para os dias 17 e 18 de dezembro. Apesar de ser esperada uma descida em dezembro, o banco central deverá fazer uma pausa em janeiro, depois de vários comentários de responsáveis terem notado que a resiliência da economia norte-americana exige uma redução mais gradual das taxas diretoras.
Entre os principais movimentos de mercado, a Adobe afundou 13,69%, depois de a dona do Photoshop ter revelado "guidance" em termos de receitas para o ano fiscal de 2025 que ficou abaixo das estimativas dos analistas.
Já a Warner Bros pulou 15,43%, depois de a empresa ter divulgado planos para separar o negócio de televisão por cabo do de "streaming" e operações de estúdio.
Os investidores parecem estar assim a reavaliar carteiras e a retirar mais valias. "Vender títulos das empresas que mais têm valorizado este ano e comprar ações das que têm tido performances mais baixas é o tema que poderá mexer com os preços nas próximas semanas", afirmou ao Wall Street Journal Zachary Hill, analista da Horizon Investiments.
O "benchmark" mundial está a caminho da nona sessão de "negative breadth" - com maior número de cotadas a cair do que a valorizar - algo que aconteceu apenas uma vez desde os registos que remontam ao final dos anos 1990, no 11 de setembro de 2001.
Além disso, o S&P 500 tem valorizado nas últimas oito sessões, o que nunca aconteceu ao mesmo tempo que o "negative breadth" nem nos Estados Unidos, nem na Europa. Quer isto dizer que grande parte do "rally" ao longo do ano tem sido impulsionado por um conjunto restrito de empresas com elevada capitalização bolsista, nomeadamente as conhecidas "sete magníficas" - a Apple, Microsoft, Alphabet, Amazon, Meta, Nvidia e Tesla. Destas, a Amazon, Meta, Apple, Alphabet e a Tesla atingiram recordes na sessão de quarta-feira.