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Wall Street não consegue sustentar ganhos. Queda de 17% do crude em duas sessões pressiona

As bolsas do outro lado do Atlântico sofreram um revés nos últimos minutos de negociação e encerraram em ligeira baixa, depois de terem estado a ser animadas pelo abrandamento do número de novos casos de covid-19 e pela depreciação do dólar.

Wall Street viveu, nos últimos dias, alguns dos dias mais “negros” da sua história.
Lucas Jackson/Reuters
07 de Abril de 2020 às 21:17
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O Dow Jones fechou a ceder 0,12% para 22.653,86 pontos e o Standard & Poor’s 500 deslizou 0,16% para 2.659,41 pontos, isto depois de terem estado em franca alta.

 

O S&P 500 chegou a estar a somar 3,5% durante a sessão, o que colocava em 23% a sua subida desde os mínimos tocados a 23 março. Mas não foi capaz de aguentar aquele nível de ganhos. Na última hora de negociação perdeu algum gás, depois ainda ganhou mais ímpeto mas entretanto nos minutos finais de transação cedeu todos os ganhos e foi incapaz de se manter à tona.


Já o tecnológico Nasdaq Composite recuou 0,33% para se fixar nos 7.887,26 pontos, depois de ontem escalar 7,33%.

 

Os principais índices do outro lado do Atlântico estavam a caminho da sua segunda sessão consecutiva de ganhos, com o sentimento dos investidores a melhorar perante a desaceleração dos casos de novas infeções de covid-19 no país, mas não foram capazes de manter a tendência.

 

Uma outra razão para as subidas que se estavam a observar na sessão de hoje esteve na depreciação da nota verde face ao euro e outras moedas de relevo. É que um dólar fraco faz subir o valor das vendas internacionais e dos lucros gerados pelas multinacionais norte-americanas, destacava a CNN. Mas nem a debilidade da divisa do país foi capaz de manter o movimento de ganhos no fecho da sessão.

Um dos setores que mais penalizou foi o da energia, devido à queda dos preços do petróleo - que nos EUA afundaram 17% no agregado de segunda e terça-feira, à conta dos receios em torno da reunião virtual da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e seus aliados (o chamado grupo OPEP+), prevista para quinta-feira, 9 de abril - uma vez que a OPEP+ tem dito que será preciso que outros países, nomeadamente os EUA, se juntem ao esforço de corte da oferta mundial.

Na semana passada, o West Texas Intermediate, crude de referência para os EUA, disparou 32%, naquela que foi a maior subida semana da sua história. Agora, em apenas duas sessões já perdeu 17% (9% hoje e 8% ontem).


Mesmo quando as bolsas estavam a subir, os estrategas do Citigroup mostraram-se cautelosos, tendo dito à CNN Business que a questão mais importante sobre este movimento de subida diz respeito à sua duração.

 

"Embora as notícias mais recentes sobre o coronavírus sejam de alguma forma encorajadoras, é difícil dizer que já estamos livres de apuros", referiram.

 

Com efeito, tem havido analistas que dizem que o movimento de queda ainda não parou e que os mínimos podem voltar a ser testados, pelo que se poderá estar perante uma segunda fase técnica do "bear market".

  

Os resultados do primeiro trimestre estão quase a começar a ser divulgados e apenas darão uma primeira indicação dos efeitos que a pandemia está a ter nas empresas norte-americanas.

 

Segundo as estimativas da FactSet Research, os lucros das cotadas do S&P 500 deverão cair 7,3%, agregadamente, no primeiro trimestre – face aos valores de um ano antes.

 

A estimativa para o segundo trimestre é ainda pior, com os analistas a projetarem uma queda média de 15,1% dos lucros – o que, a suceder, rivalizará com o pior desempenho destas empresas desde a descida de 15,7% registada no terceiro trimestre de 2009 (o fim da Grande Recessão).

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