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Wall Street fecha em máximos históricos. Slack dispara quase 50%
As ações e obrigações norte-americanas valorizaram perante a expectativa reforçada de descida de juros nos Estados Unidos.
As bolsas norte-americanas subiram para máximos históricos e os juros das obrigações a 10 anos baixaram dos 2% pela primeira vez em mais de dois anos, com os investidores agradados com o cenário mais certo de descida de juros por parte da reserva Federal.
O Dow Jones ganhou 0,94% para 26.753,17 pontos e o Nasdaq avançou 0,8% para 8.051,34 pontos. O S&P500 ganhou 0,95% para 2.954,18 pontos. O índice alcançou um máximo histórico durante a sessão nos 2.956,20 pontos (superando o anterior recorde fixado em abril) e em junho já acumula uma subida de cerca de 7%.
A contribuir para este desempenho estão as novidades sobre a política monetária nos EUA. A Reserva Federal (Fed) dos EUA manteve as taxas de juro na reunião de junho, mas admitiu descer o preço do dinheiro. Jerome Powell assumiu que os dados apontam, pela primeira vez, para um cenário de descida de juros, o que elevou a expectativa dos investidores.
"O cenário para uma política um pouco mais acomodatícia fortaleceu-se", afirmou o presidente da Fed durante a conferência de imprensa que se seguiu ao fim da reunião de política monetária. Powell disse ainda que a Fed está preparada para usar as ferramentas necessárias para ajudar no crescimento económico, voltando assim a garantir que a autoridade estará pronta a responder no caso de a economia precisar.
Este contexto fez com que os investidores elevassem as suas expectativas sobre o futuro da política monetária nos EUA. O Goldman Sachs está já a prever que a Fed anuncie duas descidas de juros nos EUA este ano, num total de 50 pontos base. A primeira será já em julho e a segunda dois meses depois.
As novidades da Fed também impactaram de forma relevante o mercado obrigacionistas, com a taxa de juro dos títulos a 10 anos a descerem da fasquia dos 2% pela primeira vez em dois anos e meio.
As cotadas do setor energético lideraram os ganhos (Exxon Mobil subiu 1,71%), seguindo a evolução do preço do petróleo. A matéria-prima disparou mais de 5% em Nova Iorque devido ao agravar das tensões entre o Irão e os Estados Unidos, na sequência do abate de um drone de espionagem norte-americano.
A Boeing também se destacou, com uma subida de 1,7%, depois de a fabricante de aviões ter anunciado que está em negociações com mais companhias aéreas para vender mais unidades do 737 Max. A Boeing tinha já revelado que a IAG, dona da British Airways, disse estar interessada em comprar 200 aviões deste modelo.
Também esta quinta-feira foi revelado que o número de americanos que pediram o subsídio de desemprego caiu mais do que estava a ser antecipado. Os pedidos desceram em 6.000 para um total de 216 mil, na semana passada, de acordo com os dados do Departamento do Trabalho. Já os economistas consultados pela Reuters antecipavam uma quebra para 220 mil.
Slack dispara 48% na estreia em bolsa
A sessão de hoje em Wall Street fica também marcada pela estreia em bolsa fulgurante da Slack Technologies.
As ações da tecnológica fecharam nos 38,62 dólares, o que traduz uma valorização de 48,5% face ao preço de estreia (26 dólares) e capitalização bolsista de 23 mil milhões de dólares.
Este não foi um IPO tradicional, já que tal como o Spotify, a Slack optou por uma entrada direta em bolsa, sem venda de ações a investidores.
Outra tecnológica bem mais antiga, a Oracle, também esteve em evidência, ao disparar 8,18% após ter elevado as previsões de lucros do atual trimestre.
Do lado oposto está a Carnival, ao perder 8,2% (maior queda entre as cotadas do S&P500), depois de ter revisto em baixa as estimativas de lucros para este ano, devido ao anúncio da administração Trump de banir os cruzeiros para Cuba. A operadora de cruzeiros não está sozinha na reação, as rivais Royal Caribean Cruises e a Norwegian Cruise Line também estão a ceder mais de 2,5%.