Os principais índices em Wall Street voltaram aos ganhos no início da sessão desta sexta-feira, com as contas da Broadcom a fornecerem novo impulso à euforia em torno das cotadas ligadas à inteligência artificial, mas a falta de catalisadores pressionou os "benchmarks" mais relevantes e em particular as cotadas de menor dimensão.

O S&P 500 terminou inalterado nos 6.051,09 pontos, assinalando a primeira semana de quedas em mais de um mês, enquanto o Nasdaq Composite avançou 0,12% para 19.926,73 pontos, abaixo dos 20.000 pontos - um máximo histórico - que foi alcançado na quarta-feira.

Já o Dow Jones cedeu 0,2% para 43.828,06 pontos. Por sua vez, o tecnológico Nasdaq 100 subiu 0,76%, após ter tocado máximos históricos logo na abertura da sessão.

Entre os principais movimentos de mercado, a Broadcom escalou mais de 24%, atingindo uma capitalização bolsista acima de um bilião de dólares, depois de ter revelado lucros no quarto trimestre fiscal que ficaram acima do esperado pelos analistas. O CEO da companhia Hock Tan revelou ainda que as receitas derivadas de inteligência artificial mais do que triplicaram este ano.

A Broadcom contagiou outras fabricantes de "chips" como a Micron, que subiu mais de 4%, enquanto a Nvidia, apesar de um início de sessão em alta, acabou por perder 2,25%.

"Estamos um pouco presos neste intervalo de negociação", afirmou Jay Hatfield, CEO da Infrastructure Capital Advisors, à CNBC. "O Nasdaq terá um desempenho superior, as 'small caps' um desempenho inferior, bem como o Dow Jones, até obtermos algum catalisador", completou.

Os investidores viram agora atenções para a última reunião de política monetária do ano da Reserva Federal, que se realiza na próxima terça e quarta-feira, onde é largamente esperada uma descida de juros em 25 pontos base.

Com este cenário já incorporado no mercado, os investidores vão centrar-se sobretudo nas palavras do presidente Jerome Powell, à procura de pistas sobre o futuro, uma vez que vários responsáveis da Fed, incluindo Powell, têm sinalizado uma abordagem mais gradual às taxas diretoras face a uma economia norte-americana resiliente e aos riscos de medidas protecionistas pelo próximo inquilino da Casa Branca.