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Wall Street dispara com aposta em Casa Branca para os democratas e Senado para os republicanos

As bolsas do outro lado do Atlântico fecharam em alta, vendo com bons olhos a perpetiva de Joe Biden na Casa Branca mas sem "onda azul", ou seja, com os republicanos a manterem a maioria no Senado, levando assim a uma condução de política mais moderada.

Reuters
04 de Novembro de 2020 às 21:23
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O Dow Jones encerrou a ganhar 1,34% para 27.847,66 pontos e o Standard & Poor’s 500 avançou 2,20% para 3.443,44 pontos – o seu melhor desempenho desde junho.

 

Já o tecnológico Nasdaq Composite disparou 3,85% para 11.590,78 pontos, naquele que foi o seu melhor dia desde abril.

 

As tecnológicas dispararam, bem como muitas empresas de biotecnologia (como a Biogen – que disparou perto de 44%, muito à conta de boas notícias por parte da autoridade federal do medicamento [FDA] relativamente ao seu fármaco experimental para o Alzheimer, já que este foi considerado eficaz o suficiente para a sua aprovação ser viabilizada), o que impulsionou o Nasdaq.

 

Entre outros destaques estiveram também as escaladas em torno de 6% da Amazon e da Alphabet (dona da Google).

 

As empresas dos cuidados de saúde estiveram a sair-se bem na sessão desta quarta-feira devido ao facto de talvez não haver a tal "onda azul" que se esperava destas eleições – democratas a vencerem as presidenciais, a manterem a maioria na Câmara dos Representantes e a recuperarem o controlo no Senado –, já  que afinal os republicanos talvez acabem por manter a maioria na câmara alta do Congresso.

 

Com efeito, refere a CNN, os investidores parecem estar a apostar que os resultados das presidenciais poderão diminuir as hipóteses de um alargamento do Affordable Care Act – um Bidencare, expansão do Obamacare – ser aprovado se os republicanos mantiverem o controlo do Senado.

 

"Os mercados ainda acreditam que Biden vai vencer, mas o que os investidores não querem é uma ‘onda azul’", comentou à CNN um estratega da Octavia Wealth Advisors, Luís Strohmeier.

 

Em contrapartida, se o Senado se mantiver com maioria republicana, será mais difícil os democratas conseguirem aprovar no Congresso um pacote mais alargado de estímulos (que os democratas pretendem que não seja inferior a dois biliões de dólares), podendo acabar por ser mais modesto.

 

Por outro lado, um governo dividido poderá significar que o aumento de impostos sobre as empresas que se antecipa com uma "onda azul" não acontecerá.

 

Mas se a incerteza provoca grande volatilidade nos mercados, por que razão continuou Wall Street no geral a disparar, com os índices a marcarem a terceira sessão consecutiva de subidas, numa altura em que há um grande impasse em relação aos resultados das presidenciais?

 

A resposta está precisamente no facto de o mercado esperar um democrata na Casa Branca e um Senado republicano, já que isso joga a favor de políticas moderadas e coloca alguma contenção em programas como o Green New Deal [transição para uma economia verde]", comentou à CNN o diretor de investimento global da Guggenheim, Scott Minerd.

 

Ou seja, nos primeiros dois dias da semana, as bolsas do outro lado do Atlântico ganharam terreno com a perspetiva de uma "onda azul", com os democratas a "varrerem tudo", já que isso facilitaria um novo pacote de estímulos, bastante generoso, ainda este inverno – mas hoje continuaram a subir, apesar de a Casa Branca estar com uma luta renhida, pelo facto de os republicanos poderem manter o controlo do Senado e impedir algumas medidas mais penalizadoras para as empresas que poderiam vir de uma maioria democrata em toda a linha.

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