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Wall Street cai com Amazon a pressionar. Mas S&P 500 sobe pelo sexto mês, o que não acontecia desde 1918
As bolsas do outro lado do Atlântico fecharam a última sessão da semana no vermelho, com a queda de mais de 7% da Amazon a pesar na tendência.
O índice industrial Dow Jones encerrou a ceder 0,42%, para se fixar nos 34.935,47 pontos. Durante a sessão de ontem atingiu o nível mais elevado de sempre, nos 35.171,52 pontos.
Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite desvalorizou 0,71% para 14.672,68 pontos. O seu recorde está nos 14.863,65 pontos e foi fixado na sessão de 26 de julho.
Já o Standard & Poor’s 500 recuou 0,54% (a sua maior queda em quase duas semanas), para 4.395,26 pontos. Isto depois de ontem ter estabelecido um novo máximo histórico nos 4.429,97 pontos.
No acumulado de julho, o S&P 500 subiu - naquele que foi o sexto mês consecutivo de ganhos, a mais longa série de subidas mensais desde 1918. Ou seja, há últimos 103 anos que não tinha valorizava tantos meses seguidos.
Este ano, o S&P 500 já sobe mais de 17%, apesar dos receios em torno da subida da inflação. A contribuir têm estado os resultados trimestrais robustos de cotadas de peso.
Além disso, a recente queda dos juros da dívida soberana dos EUA tem ajudado a moderar as valorizações das cotadas norte-americanas, o que reforça a ideia de que vale a pena deter ações mesmo com as bolsas em recordes, sublinha a Reuters.
Na sessão desta sexta-feira, a Amazon esteve a pesar no desempenho do S&P 500 e do Nasdaq, depois de ontem ter desiludido o mercado com as suas contas.
A tecnológica reportou lucros acima do projetado, mas as vendas foram inferiores ao que se esperava. Para o atual trimestre, a empresa prevê que a desaceleração na atividade de e-commerce se mantenha, o que a fez ser castigada em bolsa – tendo terminado a sessão a mergulhar 7,56% para 3.327,59 dólares.
Já durante o dia de hoje soube-se que a Amazon foi multada pelo regulador da proteção de dados do Luxemburgo, num montante de 746 milhões de euros. Em causa está o facto de o processamento de dados pessoais feito da Amazon não estar em conformidade com o Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia.
Além das contas, houve novos dados económicos a serem digeridos pelos investidores, depois de ser anunciado que os gastos dos consumidores aumentaram mais do que o esperado em junho, numa altura em que a vacinação contra a covid-19 intensificou a procura por serviços relacionados com viagens e lazer – o que fez subir um indicador da inflação.
Os gastos dos consumidores, que representam mais de dois terços da atividade económica dos EUA, aumentaram 1% no mês passado, depois de recuarem 0,1% em maio, divulgou hoje o Departamento norte-americano do Comércio.
Praticamente metade da população já foi vacinada contra a covid-19, permitindo aos norte-americanos viajar, frequentar restaurantes, ir a casinos e marcar presença em eventos desportivos.
Com a procura a superar a oferta, a inflação está a acelerar, como revela uma métricca da inflação hoje divulgada.
O índice PCE core (índice de preços de consumo pessoal), que exclui componentes mais voláteis, como os alimentos e a energia, subiu 0,4% em junho, depois de ter aumentado 0,5% em maio, anunciou hoje o Gabinete de Análise Económica dos EUA. Em ritmo anualizado, aumentou 3,5% (contra uma subida anual de 3,4% em maio).
Os economistas inquiridos pela Reuters apontavam para um aumento de 0,7% dos gastos dos consumidores e estimavam que o PCE core subisse 3,7% em termos anuais.
Este índice PCE core, recorde-se, é o indicador de inflação preferido da Fed para a sua meta flexível de 2%.