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Wall Street cai com novo sinal de subida de juros. Revés de Biden também pesa

Os principais índices bolsistas norte-americanos encerraram em terreno negativo, pressionados sobretudo pela forte queda das tecnológicas, num dia em que houve novos sinais que apontam para uma subida dos juros diretores já em março. Os investidores também começaram a digerir o anúncio de que uma medida de Biden para ter mais pessoas vacinadas foi rejeitada pelo Supremo.

Reuters
13 de Janeiro de 2022 às 21:05
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As bolsas do outro lado do Atlântico fecharam em queda, com as tecnológicas a darem o mote à tendência, num dia em que houve novos sinais de que pode estar para breve uma subida dos juros por parte da Fed.

 

O índice industrial Dow Jones fechou a ceder 0,49% para 36.113,62 pontos. No passado dia 5 de janeiro tocou num nível nunca antes atingido, nos 36.952,65 pontos.

 

O Standard & Poor’s 500, por sua vez, recuou 1,42% para 4.659,03 pontos. Na negociação intradiária de 4 de janeiro atingiu o valor mais alto de sempre, nos 4.818,62 pontos.

 

Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite desvalorizou 2,51% para se fixar nos 14.806,81 pontos. No passado dia 22 de novembro, recorde-se, atingiu um máximo histórico nos 16.212,23 pontos.

 

As tecnológicas foram as que mais terreno perderam, pressionadas por um novo sinal a favor de uma subida dos juros para breve.

 

A número dois da Reserva Federal norte-americana, Lael Brainard, assegurou esta quinta-feira que o banco central está pronto para aumentar as taxas de juro já em março, caso a medida seja imprescindível para combater a inflação.

 

"[A Fed] projetou vários aumentos ao longo do ano", explicou Brainard, respondendo a uma pergunta durante a sua audiência de confirmação perante o comité bancário do Senado. "Estaremos em condições de fazer isso assim que as compras de ativos estiverem concluídas", declarou, referindo-se à redução gradual da compra de ativos (tapering), que se prevê terminar em março.

 

Esta posição está em linha com o que disse o presidente da Fed na passada terça-feira perante o Senado. Jerome Powell disse, na sua audiência de reconfirmação no cargo, que a Reserva Federal irá conseguir fazer baixar a inflação enquanto a economia norte-americana recupera.

 

Powell sinalizou também que o banco central deverá começar a reduzir o seu balanço este ano – algo que já tinha ficado implícito na semana passada, aquando da divulgação das atas da última reunião de política monetária da Fed.

 

O presidente da Fed declarou ainda que não hesitará em agir se necessário para conter as pressões sobre os preços. "Se tivermos de subir as taxas de juro mais vezes, ao longo do tempo, é o que faremos", sublinhou.

 

Este endurecimento da política monetária do banco central tem feito subir os juros da dívida soberana dos EUA, o que tem penalizado essencialmente as tecnológicas – que negoceiam em preços elevados, depois de terem disparado nos últimos dois anos, muito graças às baixas taxas de juro.

 

O revés de Joe Biden

 

Os investidores estiveram também a digerir a decisão do Supremo Tribunal dos EUA, comunicada ao final da tarde, de rejeitar a medida proposta pelo presidente Joe Biden no sentido de levar a que mais pessoas se vacinassem.

 

Nos termos da sua proposta, denominada ‘vaccine-or-test’, os funcionários das grandes empresas teriam de apresentar certificado de vacinação para regressarem ao trabalho presencial, ou então apresentarem testes negativos.

 

Isso levaria a que 80 milhões de trabalhadores fossem vacinados ou tivessem de realizar testes periódicos, algo que o Supremo agora veio bloquear.

 

Citigroup já tinha ameaçado com despedimentos

 

No âmbito da proposta de Biden, o Citigroup já tinha vindo anunciar no final da semana passada que iria despedir os funcionários não vacinados. No dia 7 de janeiro, o banco norte-americano disse aos seus funcionários que iria cessar os contratos de quem não estivesse vacinado até 14 de janeiro.

 

O Citigroup disse estar assim a reforçar o seu posicionamento perante a vacinação contra a covid-19, numa altura em que os EUA se confrontam com um novo aumento dos casos de infeção. Num memorando do banco a que a Bloomberg teve acesso, o Citi disse aos seus funcionários que devem vacinar-se, sob pena de perderem o emprego.

 

Quem se recusar a ser vacinado até 14 de janeiro, será colocado em licença sem vencimento e o final do mês coincidirá com os seus últimos dias como empregados do banco, segundo a mensagem enviada a todos os funcionários. Uma fonte próxima do processo também confirmou à Reuters este deadline imposto pelo banco.

 

Em finais de utubro do ano passado, o Citi tinha pedido aos seus funcionários que apresentassem até 8 de dezembro o certificado de vacinação, adiantando que quem fosse inoculado receberia um bónus de agradecimento no valor de 200 dólares. Já nessa altura o banco tinha estabelecido o dia 14 de janeiro como prazo final. Esta medida é conhecida como "no jab, no job" (sem vacinas, não há emprego).

 

Mais de 90% dos funcionários do banco cumpriram este requerimento de vacinação dos trabalhadores norte-americanos, que também lhes dá a oportunidade de pedirem uma isenção por motivos religiosos ou médicos, referiu uma outra fonte à Bloomberg.

 

Algumas das maiores instituições financeiras de Wall Street, como o JPMorgan Chase e o Goldman Sachs, impuseram já este requisito de vacinação, mas permitem que os seus funcionários não estejam vacinados se não forem para o local de emprego.

 

Muitas empresas estavam à espera da decisão do Supremo Tribunal dos EUA sobre se estaa ordem judicial da Administração Biden – no sentido de as maiores empresas do país exigirem vacinas ou testes semanais à covid – seria constitucional. E hoje foi decretado que não.

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