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Wall Street afunda com necessidade de mais estímulos à economia
Os principais mercados acionistas do outro lado do Atlântico voltaram às quedas, depois do breve fôlego de ontem, pressionadas pelo facto de a Fed considerar que a economia dos EUA precisa de mais estímulos.
O Dow Jones fechou a cair 1,92% para 26.763,13 pontos e o Standard & Poor’s 500 recuou 2,37% para 3.236,92 pontos, o mais baixo nível em quase dois meses.
Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite desvalorizou 3,02% para 10.632,99 pontos.
Os índices de Wall Street foram pressionados pelas advertências de responsáveis da Reserva Federal norte-americana sobre a necessidade de mais estímulos para revitalizar a maior economia do mundo perante a recessão decorrente da covid-19.
O presidente da Fed, Jerome Powell, reiterou hoje, perante a Câmara dos Representantes, que há um longo caminho a percorrer na via da retoma económica, que deverá requerer mais apoios.
A necessidade de estímulos adicionais foi também sublinhada pelo vice-presidente da Reserva Federal, Richard Clarida, pelo governador Randal Quarles e por diretores regionais da Fed, como Charles Evans, Loretta Mester e Eric Ronsengren.
Estes alertas surgem dias depois de o Congresso ter deixado de ter o foco num projecto bipartidário de financiamento da economia para se concentrar na substituição da falecida Ruth Bader Ginsburg no Supremo Tribunal.
Trata-se de "mais um golpe para os investidores, que estão também atentos ao novo aumento de casos de infeções por covid-19 nos EUA, num contexto de ressurgimento da pandemia um pouco por todo o mundo", salienta a Bloomberg.
"Os mercados estão a digerir a ideia de que as expectativas de crescimento que os investidores têm poderão não se materializar", comentou à agência noticiosa uma estratega da New York Life Investments, Lauren Goodwin.
"À medida que o impulso orçamental nos EUA começa a desvanecer-se, algumas destas expectativas de retoma lenta mas constante estão a ser abaladas", acrescentou.
O setor tecnológico foi, uma vez mais, dos mais castigados, com a Apple e Amazon a afundarem mais de 4%, a Alphabet (dona da Google) a recuar mais de 3% e a Microsoft e Facebook com perdas superiores a 2%.
Outra cotada no Nasdaq que esteve em destaque pela negativa foi a Tesla, que mergulhou 10,34% para 380,36 dólares. Isto depois de ontem o seu evento do "Dia da Bateria" ter ficado aquém das expectativas, já que não anunciou uma esperada super-bateria.
Alguns analistas do setor automóvel ficaram bem impressionados com os planos da Tesla para reduzir o custo da produção de baterias e para fabricar um carro de 25.000 dólares num prazo de três anos – mas não foi o suficiente para ajudar a empresa em bolsa.
Do lado dos ganhos, destaque para Nike, que disparou quase 9% depois de reportar sólidos lucros trimestrais, bem como para a Johnson & Johnson – que avançou 0,15% animada pelo primeiro grande teste nos EUA a uma vacina unidose contra a covid-19.