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Volatilidade na bolsa espanhola em máximos com incerteza política
A volatilidade no Ibex-35 atingiu o nível mais elevado desde 2012, com a indefinição política a somar às incertezas que estão a afectar a generalidade das bolsas europeias.
O ano tem sido marcado por elevada volatilidade nos mercados financeiros, devido às perspectivas sobre o crescimento da economia, da evolução das matérias-primas e da solidez da banca. Em Espanha, a incerteza política é mais um factor que está a contribuir para fortes variações na bolsa.
A volatilidade no índice de referência, o Ibex-35, atingiu o nível mais elevado desde 2012, segundo a Bloomberg. Sobe 72% este ano. E em relação ao Euro Stoxx 50, o índice que reúne as 50 maiores cotadas europeias, o rácio de volatilidade atingiu um máximo de um ano. A volatilidade no índice europeu avança 43%.
A bolsa de Madrid tem sido das mais penalizadas a nível europeu este ano. Apesar de ter avançado 2,52% para 8.215,60 esta quinta-feira, acompanhando a tendência de ganhos das principais congéneres europeias, o índice recua 7,15% desde o início do ano, após uma perda de 13,92% em 2015. Além das questões políticas, a exposição de várias cotadas aos mercados emergentes, como o Banco Santander e a Telefonica, que obtêm mais de 40% das receitas na América Latina, tem penalizado o índice.
O PSOE e o Cidadãos chegaram a um acordo de legislatura esta quarta-feira, mas que não reúne ainda o número de deputados suficiente para assegurar a aprovação de uma moção de confiança de um governo liderado pelos Socialistas no Parlamento. O partido liderado por Albert Rivera vai tentar convencer o PP a apoiar a investidura de Pedro Sánchez, secretário-geral do PSOE, como primeiro-ministro. Mas, não está ainda excluída a realização de novas eleições para a constituição de um novo governo. A esta indefinição a nível político acrescentam-se ainda os debates de autonomia a nível regional.
"O mais preocupante é que não há clarificação sobre a composição do próximo governo ou sobre quando haverá resposta para isso", diz Francisco Salvador, à Bloomberg. "Os investidores têm que contar com a incerteza política, além de todas as outras preocupações que estão a atingir a Europa neste momento", acrescenta o estratego da FGA/MG Valores.