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Todas as razões para odiar a subida das ações são agora razões para comprar

No que respeita aos "ralis" dos mercados, este tem sido impressionante pela sua velocidade e força, mas não muito mais do que isso. Se estiver à procura de outras coisas nas ações para aumentar a confiança, o mais provável é que não encontre.

13 de Abril de 2019 às 12:00
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E não há problema, dizem cada vez mais investidores otimistas. De facto, a subida de 23% desde o Natal está entre as mais rápidas de que há registo, mas até agora não contou com quase nenhuma ajuda de alguns dos maiores setores da economia - finanças e energia. Os barómetros de mercado como as small caps e o setor dos transportes não estão a participar deste movimento. Investidores profissionais não se atrevem a tocar nas ações, preocupados com a possibilidade de os lucros das empresas estarem prestes a colapsar.

Em vez de sinais de fraqueza, as deficiências do mercado começam a parecer pontos fortes para alguns gestores de ativos. São inconvenientes temporários, dizem esses investidores, e quando forem resolvidos irão atrair um fluxo constante de compradores.

"Há margem para as coisas correrem bem, em relação às expectativas, que são muito baixas", disse Jim Paulsen, estrategista-chefe de investimentos da Leuthold Weeden Capital Management. "Com isso, deixaria de ser um mercado a escalar um muro de preocupação para uma subida mais exuberante".

O S&P500 subiu em 11 dos últimos 12 dias, aproximando-se cada vez mais de águas desconhecidas. Agora, com o índice a apenas 1,5% do recorde de setembro, há cada vez mais apelos de cautela, que são música para os ouvidos de muitos.

Consideremos o seguinte argumento pessimista. Desde que começou o drama nos mercados acionistas a 20 de setembro, apenas um terço das indústrias do S&P 500 atingiu novos máximos. Os líderes? Áreas defensivas, como produtos domésticos e pessoais, serviços ao consumidor, imóveis e serviços de utilidade pública. Muitos moldaram esses contornos como evidências de que o espírito animal permanece amordaçado.

Pior: empresas de energia e bancos, dois dos 10 setores com maior peso do S&P, ainda estão cerca de 10% abaixo dos níveis do final de setembro. O índice Russell 2000 de small caps e o Dow Jones Transportation Average também estão consideravelmente abaixo.

Mas quão formidável é um obstáculo quando grupos gigantes como esses ficam para trás? Segundo sugere o passado, não muito. Quando o S&P 500 atingiu finalmente novos máximos no ano passado, após a queda de fevereiro, cinco dos principais setores não participaram, incluindo a energia e a banca.

Há razões para pensar que esses setores podem correr atrás do prejuízo, aumentando os ganhos em 2019. Com as cotações do petróleo a subirem mais de 40% este ano, o JPMorgan Chase diz que as ações da energia estão prestes a iniciar um forte período de valorização. E com a expectativa de que os resultados dos bancos serão mais positivos do que os do resto do mercado, o setor também pode ser beneficiado.

Os analistas cortaram as suas previsões de resultados para o trimestre ao ritmo mais rápido em três anos? Ah, isso também é bom.

Em janeiro, só 32% das revisões de lucro por ação eram revisões em alta, um nível que tende a marcar o ponto mãos baixo em termos de cortes de lucro quando uma recessão não está próxima, de acordo com a RBC Capital Markets. No passado, quando essa percentagem caiu para este nível, o S&P 500 subiu no ano seguinte, em 75% do período analisado, com ganhos médios em torno de 10%, segundo a RBC.

Esperando-se que os lucros das empresas do S&P500 tenham descido 4% nos primeiros três meses deste ano, a primeira contração desde 2016, a fasquia está baixa. Talvez apenas o suficiente para que, quando as empresas provavelmente superarem essas projeções, as suas ações subam. Durante a última época de resultados, os investidores recompensaram os números que foram melhores do que o esperado, mais do que penalizaram os que ficaram aquém. Desta vez, esse padrão deverá repetir-se, de acordo com a Bloomberg Intelligence.

"O mercado de ações tem a perspetiva, que partilho, de que será uma queda curta e superficial nos lucros, a nível global", disse Michael Kelly, diretor global de ativos da PineBridge Investments, que gere cerca de 90 mil milhões de dólares. "É um vale pequeno e pouco fundo, e o mercado de ações já está a olhar para além dele".

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