Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Stoxx600 viveu o melhor ano desde 2013

O índice que reúne as 600 maiores empresas europeias termina o ano de 2017 com o maior ganho desde 2013. A austríaca AMS AG foi a empresa que teve melhor desempenho no índice, seguida pela germânica Siltronic AG. Do outro lado da balança está a Steinhoff International, dona da Conforama, e a Altice.

Ana Laranjeiro alaranjeiro@negocios.pt 30 de Dezembro de 2017 às 12:00

O índice que agrega as 600 maiores companhias do Velho Continente teve em 2017 o melhor ano desde 2013 (quando subiu 17,37%). O Stoxx 600 acumulou ao longo dos últimos 12 meses uma valorização de 7,68%, o que contrasta com o recuo de 1,20% registado a 30 de Dezembro de 2016. 

A austríaca, mas cotada na Suíça, AMS AG foi quem protagonizou o melhor desempenho do índice. Subiu 206,06% ao longo dos últimos 12 meses. A firma liderada por Alexander Everke dedica-se à produção de várias soluções tecnológicas para a electrónica de consumo e para produtores de dispositivos de comunicação. Fecha o ano com uma capitalização bolsista acima dos sete mil milhões de francos suíços.

A alemã Siltronic AG, produtora de pastilhas de silício, foi a segunda empresa com melhor desempenho. Desde 1 de Janeiro de 2017 acumulou uma valorização de 175,53%. A produtora de pastilhas que são comercializadas mundialmente e que têm várias aplicações – como a utilização em computadores e smartphones – terminou 2017 com uma capitalização bolsista de mais de 3,6 mil milhões de euros.

Duas companhias áreas, a Air France-KLM e Lufthansa, surgem logo de seguida no ranking dos melhores desempenhos bolsistas do Stoxx600. A Air France-KLM subiu este ano 162,47%, contando com uma capitalização bolsista acima dos 5,8 mil milhões de euros. Dezembro foi um dos meses mais fortes para a empresa, tendo subido perto de 14%. Fevereiro, Maio e Junho foram também meses de fortes ganhos.

Já a germânica Lufthansa encerrou o ano com um ganho de 150,37% e acumulou uma capitalização bolsista superior a 14 mil milhões de euros. Outubro foi um mês forte em que a companhia registou o maior ganho mensal do ano (15,93%).

O arranque do ano – tanto da Air France como da Lufthansa – foi positivo, tendo ambas as companhias registado forte valorizações no primeiro trimestre, alimentadas nomeadamente pelas orientações que deram ao mercado quanto às suas tendências para as receitas melhores do que o esperado, apoiadas sobretido pela procura por voos de longo curso.

Além disso, a transportadora francesa lançou em 2017 uma nova companhia aérea: a Joon – que tem como objectivo alcançar uma nova geração conhecida como "millennials", que vai dos 18 aos 35 anos, cujo foco é a experiência tecnológica.


Durante 2017, a companhia de bandeira da Alemanha esteve várias vezes na imprensa. A Lufthansa, no segundo semestre, decidiu adquirir mais de 80 aviões da insolvente Air Berlin e integrou mais de três mil funcionários da Air Berlin. Para isso, terá pago cerca de 1.500 milhões de euros.

Também na segunda metade do ano, a companhia aérea deu indicações de que pretende continuar a expandir a sua presença no Velho Continente, tendo-se mostrada interessada na Alitalia.

Segundo referia o jornal Corriere della Sera na edição de 28 de Dezembro, a Lufthansa pode ser escolhida para encetar negociações exclusivas para a aquisição de activos da empresa italiana. As negociações podem começar já em Janeiro e a decisão final pode ser anunciada em Fevereiro, noticiava o jornal, citado pela Bloomberg.

Dona da Conforama e Altice com os piores desempenhos

Em termos bolsistas, a Steinhoff Internacional, dona da Conforama, não teve um ano fácil. Foram mais os meses em que, no acumulado, a empresa registou desvalorizações do que ganhos. Mas Dezembro foi, sem sombra de dúvidas, o pior mês da empresa – acumulou uma desvalorização de mais de 90% - o que ajuda a explicar a queda anual de 93,54%.

Em Dezembro, os títulos afundaram em bolsa, depois de a empresa ter revelado que tinha descoberto irregularidades contabilistas que exigiam uma investigação mais profunda. A capitalização bolsista deste grupo de retalho, que nasceu na África do Sul, tem sede na Holanda e na Europa é cotado em Frankfurt, está na casa dos 1,3 mil milhões de euros no fim de 2017.

A Altice foi a empresa do Stoxx 600 que teve o segundo pior desempenho no ano. Caiu bem menos que a dona da Conforama, mas, ainda assim, acumulou uma queda de 53,55%. O ano fica marcado nomeadamente pela intenção da companhia – que em Portugal detém a Meo – comprar a Media Capital – dona da TVI – mas também pelas notícias de uma dívida elevada que levou a uma mudança de estratégia, passando a empresa a focar-se na desalavancagem da dívida e na venda de activos.

Em termos mensais, Novembro foi o pior mês para a empresa fundada por Patrick Drahi. A capitalização bolsista da empresa a 29 de Dezembro rondava os 10,4 mil milhões de euros.

Euforia em Wall Street

O ano foi de euforia para Wall Street, com os índices a terminaram com ganhos – no acumulado do ano – acima dos 20%. O índice industrial Dow Jones subiu mais de cinco mil pontos nestes 12 meses: na última sessão de 2016, o índice ficou nos 19.762,60 pontos e no passado dia 18 de Dezembro tocou nos 24.876,07 pontos.

A reforma fiscal nos Estados Unidos e as expectativas dos investidores em torno do tema sustentaram em parte a subida dos índices de Wall Street.

Esta reforma – considerada como a mais ambiciosa em 30 anos, no valor de 1,5 biliões de dólares - foi promulgada pelo presidente dos EUA a 22 de Dezembro. Este plano de reforma fiscal inclui uma redução do IRC de 35% para 21% e um grande corte do IRS para os contribuintes mais ricos, bem como cortes temporários de impostos para alguns particulares e famílias.

A política monetária na maior economia do mundo foi também um dos temas que alimentou os mercados do outro lado do Atlântico. 

Ver comentários
Saber mais Stoxx 600 AMS AG Siltronic AG Steinhoff International Conforama Altice Wall Street
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio