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Wall Street regista maior queda mensal em dois anos

As bolsas norte-americanas encerraram em baixa, pressionadas sobretudo pelo mau desempenho do sector da energia. O índice Standard & Poor’s 500 marcou neste mês de Fevereiro a maior queda mensal desde Janeiro de 2016.

Reuters
28 de Fevereiro de 2018 às 21:20
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O Dow Jones encerrou esta quarta-feira a ceder 1,50%, para se fixar nos 25.028,37 pontos, e o Standard & Poor’s 500 recuou 1,11% para 2.713,79 pontos.

 

Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite perdeu 0,78% para se fixar nos 7.273,01 pontos.

 

No saldo de Fevereiro, o S&P 500 caiu 3,9%, a descida mais acentuada desde Janeiro de 2016.

 

Tanto o S&P 500 como o Dow Jones interromperam uma série mensal de ganhos que durava há 10 meses, penalizados pelo forte movimento de vendas de inícios de Fevereiro decorrente dos receios de que o estimado aumento da inflação levasse a Fed a subir os juros de forma mais acelerada do que o esperado - perspectiva que nos últimos dias voltou a ser reforçada [por conta das actas da última reunião da Fed e do discurso feito ontem perante o Congresso pelo novo presidente do banco central, Jerome Powell].

 

Nessa altura, os juros da dívida norte-americana subiram fortemente, com os investidores a preferirem o mercado obrigacionista em detrimento do accionista.

 

Os principais índices norte-americanos perderam terreno na sessão de hoje muito à conta da desvalorização dos títulos da energia, que estiveram a negociar maioritariamente no vermelho num dia de queda das cotações do petróleo.

 

O preço "ouro negro" esteve uma vez mais a ser pressionado pelo aumento da produção nos EUA, depois de hoje ter sido divulgado que as reservas norte-americanas aumentaram em 3,02 milhões de barris na semana passada, acima do que era esperado pelos analistas. Na semana passada também tinham subido, quando o consenso do mercado estimava uma diminuição.

 

A matéria-prima esteve ainda a ser penalizada pelas perspectivas de que o crescimento da produção norte-americana continue a intensificar-se, tornando os Estados Unidos no maior produtor mundial – à frente da Rússia.  

 

Além dos títulos da energia, também o sector da saúde penalizou hoje as bolsas de Wall Street, com a Celgene a ser a cotada que mais influenciou a tendência.

 

A Celgene afundou 9,04% para 87,12 dólares, depois de os reguladores da saúde nos EUA terem rejeitado o pedido de aprovação, pela empresa, de um medicamento para a esclerose múltipla.

 

Do lado dos ganhos, destaque para as retalhistas, que estão a ser sustentadas por bons resultados.

 

A Booking Holdings, anteriormente conhecida como Priceline, disparou 7,16% para 2.041,60 dólares depois de reportar lucros trimestrais acima do previsto com a ajuda de mais reservas em hotéis.

 

Já a fabricante de artigos de vestuário e têxteis para o lar TJX escalou 6,95% para 82,68 dólares após anunciar um aumento das suas vendas.

Investidores atentos aos juros da dívida

 

Jerome Powel, o novo presidente da Reserva Federal (Fed), disse ontem perante o Congresso norte-americano que considera que a melhor forma de responder à actual conjuntura é prosseguir a política de subida gradual dos juros nos EUA. Mesmo que o contexto seja de um crescimento económico forte e de um aumento dos preços no consumidor [a Fed espera que a inflação no país suba e atinja a sua meta de 2% até ao final do ano].

 

No entanto, pelo meio, Powell deixou no ar a possibilidade de até reforçar a normalização da política monetária. Estes comentários intensificaram as apostas de que o banco central dos Estados Unidos poderá aumentar os juros quatro vezes este ano – e não três, como antecipou em Dezembro passado. E isso deverá continuar a exercer alguma pressão sobre as bolsas.

 

Espera-se, aliás, que na reunião de Março seja já decidida uma subida da taxa dos fundos federais.

 

O facto de Powell ter falado em "mais aumentos graduais" foi ao encontro do que já tinha sido divulgado na semana passada, aquando da divulgação das actas da reunião de 30 e 31 de Janeiro da Fed.

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