Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

“Shorts” no BCP no nível mais alto desde o aumento de capital

Depois de terem chegado a anular as apostas negativas no BCP, após o reforço de capital concluído em Fevereiro, os especuladores voltaram ao ataque no banco. Posições curtas no capital do BCP são de 3,7%.

Inês Lourenço
25 de Agosto de 2017 às 07:00
  • ...
O BCP tem sido nos últimos anos o alvo preferido dos especuladores na bolsa de Lisboa para realizar apostas negativas. Mas, o maior optimismo em torno das acções após o aumento de capital concluído em Fevereiro levou estes investidores a retirarem as suas posições a descoberto. Contudo, nas últimas semanas, os títulos do BCP voltaram a atrair o interesse de "hedge funds" que procuram beneficiar com a descida das acções, num momento em que o sector tem sido pressionado pela expectativa de manutenção de juros baixos no euro.

Há quatro fundos a apostar na queda das acções do BCP, detendo posições a descoberto representativas de 3,7% do capital do banco liderado por Nuno Amado. AQR Capital Management, Marshall Wace, Lansdowne Partners e Oceanwood Capital Management são os detentores destas participações contrárias, que aumentaram nos últimos dias. Enquanto a Lansdowne Partners voltou a assumir este mês uma posição curta na instituição, de 0,8%, depois de ter deixado cair esta aposta negativa no final de Janeiro, o Marshall Wace e o AQR Capital Management reforçaram, em meados deste mês, as suas participações negativas, segundo dados da CMVM.

Desde o final do período anterior à conclusão do aumento de capital que o BCP não tinha uma percentagem de capital tão elevada nas mãos de investidores que estão a antecipar uma correcção das acções. Os títulos do banco registaram uma forte recuperação após a entidade ter concluído em Fevereiro um reforço de capital, uma operação que permitiu à entidade reembolsar os 700 milhões de euros que ainda faltava pagar ao Estado. O facto de se livrar do peso deste empréstimo e poder voltar a focar-se na sua actividade operacional foram factos aplaudidos pelos especialistas, que destacam que o regresso à rentabilidade é agora o principal desafio do BCP.

Draghi pressiona sector

No entanto, nos últimos dias a instituição não escapa ao mau desempenho do sector na Europa, tendo interrompido da última sessão uma série de sete sessões negativas, o maior ciclo de quedas desde Junho de 2016. As acções do BCP terminaram a sessão desta quinta-feira a valorizar 1,63% para 0,23 euros, depois da instituição ter perdido cerca de 6% do seu valor nas sete sessões anteriores.

A expectativa de que o BCE mantenha as taxas de juro em níveis muito deprimidos, prejudicando a rentabilidade dos bancos, tem estado a penalizar o sector da banca. "Este desempenho negativo tem a ver com a redução de expectativas quanto a uma subida das taxas de juro por parte do BCE e está a afectar toda a banca europeia", explicou Pedro Lino, administrador da Dif Broker.

Mario Draghi discursa esta sexta-feira em Jackson Hole, mas a agência Reuters adiantou, este mês, que o presidente do BCE não irá dar pistas sobre a retirada de estímulos na região. Uma notícia que acelerou uma queda da banca europeias. Ainda assim, "os resultados positivos, com a descida imparidades e do crédito malparado, dão algum conforto a quem tem BCP", remata Paulo Rosa, trader do Banco Carregosa.

tome nota

Outras acções com posições a descoberto

O BCP é o título onde a percentagem de capital em posições a descoberto é maior, mas há mais empresas com apostas contrárias. REN, CTT ou Pharol são algumas das acções com "shorts".

REN na mira dos especuladores
A REN é actualmente a segunda empresa no PSI-20 com a maior proporção de posições a descoberto no seu capital. O britânico Lansdowne Partners mantém uma aposta curta de 2,01% na empresa liderada por Rodrigo Costa, enquanto o Point72 Europe assumiu, em Junho, uma aposta contrária de 0,5%. Tudo somado, há 2,51% do capital da REN a descoberto.

Mais de 2% dos CTT em posições curtas
A BlackRock e o Connor, Clark & Lunn Investment Management são os dois fundos a apostar na queda das acções da empresa de correios, detendo participações a descoberto representativas de 2,08% do capital. Estas posições foram construídas após Março, antes da companhia divulgar mais um conjunto de resultados desapontante. A gestora norte-americana mantém uma posição curta de 1,1%, enquanto o Connor, Clark & Lunn detém 0,98% das acções da REN a descoberto.

Pharol na lista das mais "shortadas"
A antiga PT SGPS é uma das empresas na bolsa nacional que tem motivado apostas negativas. As participações a descoberto reportadas no site da CMVM são de 1,67%, num momento em que os investidores continuam à espera da reestruturação da sua participada brasileira Oi. Marshall Wace e Oxford Asset Management são os "hedge funds" que estão a fazer "short selling" na cotada, depois de a Oi ter entrado com um pedido de recuperação judicial em Junho de 2016 por não conseguir negociar um total de 65,4 mil milhões de reais em dívidas.

Ver comentários
Saber mais BCP bolsa posições curtas short selling hedge funds Oceanwood AQR Marshall Wace Lansdowne Partners Mario Draghi
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio