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"Semana Dourada" dita fecho do mercado durante 10 dias no Japão

Porque é que uma pausa de 10 dias está a deixar os mercados preocupados?

1º - Japão - Dívida pública de 249,3% do PIB em 2016
Bloomberg / Reuters / Getty Images
14 de Abril de 2019 às 17:20
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O Japão prolongou as férias da primavera, numa altura em que uma série de feriados nacionais ocorrem. Este período é conhecido por "semana dourada". O Japão este ano acrescentou o 1 de maio, dia em que o Príncipe Naruhito toma posse, aos festejos.

 

Resultado? 10 dias que ditam o encerramento da negociação bolsista durante seis dias consecutivos. Este é o maior período de fecho do mercado japonês desde o final da Segunda Guerra Mundial. O que aparentemente parece bom, uma pausa para relaxar, está a deixar os operadores e os reguladores irritados devido aos receios de que possa haver escassez de dinheiro, volatilidade nos mercados ou mesmo algum tipo de "crash", como aconteceu durante os dias em que o mercado japonês esteve encerrado devido às comemorações de Ano Novo. E foram apenas quatro dias.

 

O que é a "Semana Dourada"?

O Japão está entre os países mais generosos do mundo no que toca aos feriados nacionais. A "Semana Dourada" consiste habitualmente em quatro dias entre o final de abril e o início de maio: o dia Showa, o dia da Constituição, o dia Greenery e o dia da Criança. Este ano há também a sucessão do imperador, com o dia antes e o dia depois da sucessão a serem designados feriados também. Entre os dias de feriado e os fins de semana que os rodeiam, a "Semana Dourada" este ano vai de 27 de abril até 6 de maio.


Mas qual é o problema?

Enquanto a negociação no Japão está encerrada vão ocorrer eventos de relevo e serão divulgados indicadores económicos um pouco por todo o mundo, incluindo a decisão da Reserva Federal dos EUA, no dia 1 de maio. Operadores e investidores não poderão fechar as suas posições em Tóquio, uma vez que o mercado está fechado, mas será um dia de negócios normal no resto do mundo.

 

A Agência de Serviços Financeiros do Japão já apelou a que os operadores cambiais "giram as suas posições" antes das férias e disse que ia monitorizar sinais de manipulação de mercado, numa altura em que os volumes de negociação, ou liquidez, devem ser baixos. Alertou para a volatilidade esperada no período pós-férias. E está a encorajar as pessoas a levantarem mais dinheiro na sua posse, uma vez que as agências bancárias deverão estar encerradas durante este período.

 

Já houve problemas antes?

A "hora da bruxaria" como é conhecido o período entre o fecho de Nova Iorque e a abertura de Tóquio destacou-se nos últimos anos devido a oscilações acentuadas devido à baixa liquidez, um problema que aumenta em períodos em que os mercados estão encerrados por mais tempo.

 

E as memórias ainda estão frescas do dia 3 de janeiro, quando houve um "crash" repentino, no último dia em que o Japão esteve encerrado devido às comemorações do Ano Novo. As ordens de venda do dólar australiano e da lira turca contra o iene dispararam em sete minutos. Um mês mais tarde – no início da negociação na Ásia, durante um feriado japonês - o franco suíço deslizou quase 1% antes de recuperar, no espaço de minutos.

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