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Science4you: "Não é um adeus, é um até já" à bolsa

A Science4you anunciou, esta quarta-feira, que cancelou a oferta pública de distribuição (OPD). Mas Miguel Pina Martins considera que a porta fica "semi-aberta".

Miguel Baltazar/Negócios
16 de Janeiro de 2019 às 15:37
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O Natal deveria ter trazido uma nova cotada à bolsa nacional. Mas a primeira fase da oferta pública de distribuição da Science4you, que terminou a 14 de dezembro, não decorreu como pretendido e a empresa decidiu prolongá-la até ao final de janeiro. Esta quarta-feira, cancela a operação. "Isto não é um adeus, é um até já", assume Miguel Pina Martins ao Negócios.


"Considerando que na presente data não está verificada a condição a que a oferta se encontra sujeita, a sociedade decidiu não formalizar o contrato de liquidez a que é feita referência na adenda ao prospeto da oferta aprovada em 14 de dezembro de 2018", refere um comunicado enviado pela empresa de brinquedos científicos à CMVM, esta quarta-feira. Desta forma, "as ordens entretanto transmitidas poderão ser revogadas até ao termo do período de aceitação da oferta".


Ou seja, formalmente, o que acontece é que a empresa aconselha os investidores que deram ordens até agora a revogá-las até ao termo da oferta.


"Não conseguimos o ‘timing’ para fazer a operação. Não foi a altura certa, mas não foi só para nós", adianta o presidente executivo da empresa ao Negócios que lembra que, nas últimas semanas, foram várias as ofertas públicas iniciais (IPO, na sigla anglo-saxónicas) a serem canceladas, a nível mundial.


E também não foi o único cancelamento na bolsa nacional. No final do ano passado, também a Sonae Retalho voltou atrás na decisão de ir para a bolsa, enquanto a Vista Alegre cancelou a operação de aumento de capital, que pretendia aumentar a dispersão de capital para poder estar em condições de ascender ao PSI-20.


Mas "isto não é um adeus, é um até já", acrescenta Miguel Pina Martins. "Esperamos voltar a considerar esta opção [ir para a bolsa], se as condições de mercado melhorarem. Até porque uma parte dos custos já está feita", frisa. "É uma porta que fica semi-aberta e podemos voltar quando se voltar a falar de IPO. Pode ser daqui a três meses, um ano, dois anos, não sabemos", acrescenta.


Miguel Pina Martins lembra que este "foi um processo que decorre em tempo recorde", uma vez que o trabalho arrancou em julho, depois da estreia em bolsa da Raize, uma operação que funcionou como "fonte de inspiração". "Talvez se tivéssemos mais tempo, tivéssemos conseguido um sindicato bancário maior", reconhece o presidente executivo da companhia.


E, tal como já tinha reconhecido em entrevista ao Negócios em novembro, apesar deste revés, "a vida continua". "O encaixe que conseguiríamos seria muito importante, mas nada está em causa", frisa.


Já no final do ano passado, Pina Martins desdramatizava a possibilidade de a operação correr mal. Se a OPV falhar, "continuamos a nossa vida normal. Não precisamos disto como pão para a boca, continuaremos o nosso plano de negócios e se calhar temos de ver outras oportunidades. Continuamos a nossa vida alegremente". 

O gestor realçou que "tivemos resultados positivos no ano passado, não está nada em causa, e continuaremos por cá a produzir brinquedos. Se calhar, não vamos ter um crescimento tão grande como prevemos se tivermos uma injeção de capital desta envergadura mas também não iremos desaparecer e iremos continuar por aqui".  

 

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