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Rogério Carapuça: Há preços a pagar para se estar cotado
O chairman da Novabase disse aos investidores que a cotação de uma empresa em bolsa levanta alguns desafios à gestão, já que obriga a uma gestão e comunicação profissionalizada. Estar cotado “tem um preço, mas esse preço não é mau.”
Rogério Carapuça, “chairman” da Novabase, afirmou esta quarta-feira que ter acções admitidas à cotação “não é só vantagens”. As empresas têm maior visibilidade e a responsabilidade acrescida de se relacionarem com muitos accionistas, explicou.
A visibilidade obtida por ser uma empresa cotada no mercado de capitais, foi um dos factores que levou a Novabase a entrar para a bolsa em 1999. Mas, explicou o responsável que foi presidente executivo da empresa, a maior visibilidade tem algumas desvantagens.
“Temos de ser muito rigorosos com aquilo de que falamos. Não podemos dizer a uma assistência, ainda que pequena, que vamos fazer isto ou aquilo, porque estaríamos a colocar essa assistência em vantagem” face à generalidade do mercado, que teria menos informação. Por outro lado, é impossível “reunir os nossos investidores todos numa salinha e decidir umas coisas”, referiu.
Assim, a admissão de empresas à cotação exige-lhes maior profissionalismo, tanto na comunicação como na gestão. “Temos de ser muito rigorosos com aquilo de que falamos” e “temos de usar os canais de informação que são construídos para o efeito e as assembleias gerais têm de tomar decisões com a formalidade necessária”, acrescentou.
“Enfim, há um preço a pagar, temos de cumprir”, concluiu Rogério Carapuça. “Esse preço não e mau. Apenas custa dinheiro porque implica alguma profissionalização” acrescentou.
O chairman da Novabase aproveitaria, ainda, para caracterizar a sua relação com a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a quem se vê na obrigação de se dirigir, muitas vezes, “com tempos de resposta muito apertados”.
“A nossa relação é muito boa. Cumprimos quando sabemos que somos obrigados e perguntamos quando não sabemos”.