Notícia
Reabertura da economia anima bolsas dos EUA. Petróleo continua a pressionar e há Fed, PIB e resultados
As bolsas do outro lado do Atlântico encerraram em alta, animadas pela pespetiva de retirada gradual das medidas de confinamento nos Estados Unidos.
O Dow Jones fechou a somar 1,51% para 24.133,78 pontos e o Standard & Poor’s 500 valorizou 1,47% para 2.878,48 pontos.
Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite ganhou 1,11% para se fixar nos 8.730,16 pontos.
Os índices continuaram a ser sustentados hoje pela perspetiva da retirada gradual das medidas de "lockdown" em estados como o Tennessee, Texas, Ohio e Montana.
Esta foi a quarta sessão de valorização consecutiva do Dow Jones (o que não acontecia desde inícios de fevereiro), que a três dias do mês terminar está com um ganho de perto de 10% em abril, o que, a permanecer, será o melhor mês desde outubro de 2002 – o mesmo acontecendo com o Nasdaq (a subir mais de 13% em abril).
O S&P 500, com um pulo de mais de 11% este mês, está a caminho da melhor subida mensal desde dezembro de 1991.
Do lado dos ganhos na sessão desta segunda-feira, destaque para a Tesla, que avançou 10,15% para 798,75 dólares, animada pelos relatos da Bloomberg e da CNBC de que a fabricante de veículos elétricos poderá reabrir a sua fábrica na Califórnia (em Fremont, perto de São Francisco) para que alguns funcionários regressem ao trabalho já na próxima quarta-feira, 29 de abril.
A fabricante liderada por Elon Musk reporta também na quarta-feira os seus resultados trimestrais, após o fecho da bolsa.
Os apuros decorrentes do petróleo barato
Nas perdas, o destaque vai para a energia, numa sessão em que os preços do petróleo continuaram a afundar.
Há cada vez mais empresas do setor – exceto as donas de superpetroleiros, agora mais procurados para armazenar crude no mar por falta de espaço em terra – em apuros, já que não conseguem operar com margens viáveis perante preços tão baixos da matéria-prima.
Hoje a Diamond Offshore pediu protecção contra credores nos EUA. A empresa de prospecção de petróleo offshore opera 15 plataformas que trabalham para a Hess, Occidental, Petrobras e BP.
A pressão dos preços do crude deverá também continuar a provocar uma vaga de suspensões de atividade, numa altura em que os produtores se debatem com um excesso de oferta e uma procura muito limitada – cenário agravado pela pandemia do novo coronavírus.
O número de plataformas petrolíferas em atividade caiu para 378 na semana passada, tendo 60 encerrado durante esse período, segundo os dados da Baker Hughes. Ou seja, menos 53% do que na mesma semana do ano passado.
No início de abril, a Whiting Petroleum também pediu proteção contra credores, ao abrigo da lei de falências dos EUA, tornando-se a primeira grande produtora independente de petróleo de xisto ("shale oil") a sucumbir à queda dos preços do crude.
Para que a maioria das empresas norte-americanas do "shale oil" possa continuar em atividade, os preços médios do crude de referência dos EUA – o West Texas Intermediate – têm de negociar pelo menos entre 40 e 45 dólares por barril (e hoje transaccionava na casa dos 12 dólares) devido aos custos de extração mais caros do que no caso do petróleo convencional, sublinha a CNN.
Em contraste, o crude saudita é o mais barato de produzir, a uma média de 8,98 dólares por barril, sendo que na Rússia os custos médios de produção são de 19,21 dólares por barril.
Tecnológicas, Fed e PIB
Os investidores vão estar bastante atentos a esta semana às contas das grandes tecnológicas, como a Amazon, Alphabet, Facebook, Apple e Microsoft.
Na quarta-feira as atenções vão estar especialmente viradas para a decisão da Reserva Federal sobre política monetária e para os dados do PIB do primeiro trimestre.
No dia seguinte será a vez de serem dados a conhecer os dados relativos aos novos pedidos de subsídio de desemprego na semana passada.