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Queda das tecnológicas ofusca subida da banca e energia. Mas houve recordes em Wall Street
As bolsas norte-americanas encerraram a revelar uma tendência mista, com o Dow a subir ligeiramente mas o S&P 500 e o Nasdaq a recuarem dos ganhos do meio da sessão.
O Dow Jones fechou a somar 0,16%, para se fixar nos 33.730,89 pontos. Na negociação intradiária estabeleceu um novo máximo histórico, nos 33.911,25 pontos. O anterior recorde estava nos 33.810,87 pontos e tinha sido marcado na passada sexta-feira, 10 de abril.
Já o Standard & Poor’s 500 cedeu 0,41%, para 4.124,66 pontos. Durante a sessão chegou a tocar no nível mais alto de sempre, nos 4.151,69 pontos, superando assim o anterior máximo fixado na véspera (4.148 pontos).
Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite desvalorizou 0,99% para 13.857,84 pontos – depois de ter chegado a negociar acima do patamar dos 14.000 pontos.
O facto de os juros da dívida pública terem voltado a subir contribuiu para penalizar as tecnológicas. As "yields" das obrigações do Tesouro a 10 anos nos EUA agravaram-se para 1,639%, contra 1,6251% ontem.
A subida dos juros da dívida soberana tem pressionado sobretudo as cotadas do setor tecnológico, já que este contexto reduz o apetite por ações de elevado crescimento em prol de empresas que são vistas como tendo maior probabilidade de um bom desempenho com a retoma da economia.
Nem os bons resultados da banca americana ajudaram a inverter o sentimento do mercado, se bem que tenham sido responsáveis pelo otimismo nas primeiras horas de sessão.
Alguns dos maiores bancos do país – entre os quais o JPMorgan, Goldman Sachs e o Wells Fargo – anunciaram hoje fortes aumentos dos lucros nos primeiros três meses deste ano, reforçando a confiança na melhoria da atividade das empresas neste arranque de ano.
Amanhã prossegue o reporte de contas no setor financeiro, com destaque para os números trimestrais do Citigroup e do Bank of America.
Também as cotadas da energia estiveram a ajudar ao inicial movimento positivo, por força da subida dos preços do petróleo, mas isso não foi suficiente para manter o sentimento otimista em bolsa.
No seu Livro Bege, hoje divulgado, a Reserva Federal sublinha que a atividade económica nos EUA acelerou a um ritmo moderado entre finais de fevereiro e inícios de abril, com os gastos dos consumidores a aumentarem e o emprego a subir.
O relatório, que sintetiza as condições económicas em todo o país, sublinha também que os preços aumentaram. "Muitos distritos reportaram subidas moderadas dos preços e alguns deles referem que os preços subiram de forma mais robusta".
Com os receios de pressões inflacionistas a manterem-se no centro das atenções, sobretudo devido aos novos estímulos à economia,, estes comentários estão agora a ser digeridos pelo mercado.
Entretanto, o presidente da Fed, Jerome Powell, referiu num evento no Economic Club de Washington, que a retoma económica dos EUA prossegue, sendo "altamente improvável" que os juros diretores venham a subir este ano.
Powell tem dito que o atual aumento dos preços não é preocupante e que a subida da inflação nos próximos meses será transitória.
Coinbase estreia-se no Nasdaq
No Nasdaq, o destaque do dia foi a Coinbase, uma das maiores plataformas de compra e venda de criptomoedas, que se estreou a negociar com um valor de 381 dólares por cada ação, o que lhe conferiu um valor de mercado de 100,8 mil milhões de dólares, tendo em conta as ações que a empresa pôs em negociação.
Esta avaliação de mercado ficou em linha com os 100 mil milhões que estavam a ser apontados pela Bloomberg. A perspetiva, horas antes, era de que a negociação da nova cotada arrancasse nos 340 dólares, o que corresponderia a uma avaliação de 90 mil milhões de dólares.
Entretanto, a Coinbase fechou a sessão nos 328,28 dólares, a perder 13,83% face à cotação de estreia (381 dólares), mas a subir 31,3% em relação aos 250 dólares do preço de referência. Durante o dia, tocou nos 429,54 dólares, o que dava à empresa um valor de mercado de 113,7 mil milhões de dólares