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Nos em mínimos de dois anos pressiona PSI-20
A bolsa nacional fechou em baixa, a acompanhar a tendência das restantes praças mundiais, penalizada sobretudo pela Nos e pelo BCP.
O PSI-20 encerrou a sessão desta sexta-feira a cair 0,99% para 4.392,12 pontos, com 16 cotadas em baixa e duas em alta.
O índice de referência nacional acompanhou assim o movimento baixista que se verifica na generalidade do Velho Continente, numa altura em que a incerteza em torno do referendo em Itália no próximo domingo apela à prudência dos investidores.
O referendo visa aprovar a reforma constitucional proposta pelo primeiro-ministro Matteo Renzi. Se esta reforma for rejeitada, os analistas apontam para que as obrigações italianas e os títulos dos seus bancos sejam alvo de grande volatilidade – além da instabilidade política que daí advirá, uma vez que Renzi avisou que se demitirá se o "não" ganhar. Se houver uma vitória do "não", como apontam as sondagens, irá desencadear-se uma crise política (o que até poderá acontecer com um "sim") que poderá levar a eleições antecipadas.
Curiosamente, a bolsa italiana foi uma das poucas a conseguir negociar hoje em terreno positivo, a par com Atenas.
Por cá, o BCP foi dos títulos que mais penalizou, depois de ter aberto a sessão no verde. O banco liderado por Nuno Amado cedeu 2,13% para 1,1578 euros.
No resto da banca, a tendência foi igualmente negativa: o BPI recuou 0,18% para 1,126 euros e o Montepio resvalou 0,23% para se fixar nos 0,43 euros.
A Nos foi outro dos títulos que mais castigou esta sexta-feira a praça lisboeta. A operadora liderada por Miguel Almeida fechou a cair 2,50% para 5,185 euros, depois de na negociação intradiária ter chegado a negociar em mínimos de quase dois anos. Com efeito, chegou a tocar nos 5,183 euros – o valor mais baixo desde 13 de Janeiro de 2015.
Outra das cotadas que contribuiu para o mau desempenho do índice de referência nacional foi a Jerónimo Martins. A retalhista dona do Pingo Doce encerrou a perder 1,07% para 14,35 euros. No mesmo sector, a Sonae desvalorizou 1,28% para se estabelecer nos 0,77 euros.
No sector da pasta e papel, foi também evidente o movimento de quebra. A Semapa recuou 2,20% para 12,01 euros, a Altri perdeu 2,96% para 3,57 euros e a Navigator (ex-Portucel) depreciou-se em 1,31% para 2,944 euros.
Também a Mota-Engil registou perdas mais acentuadas, ao cair 3,01% para 1,515 euros.
Na energia, a tendência foi igualmente vermelha. A Galp resvalou 0,27% para 13,06 euros, apesar de os preços do petróleo continuarem a subir nos mercados internacionais, motivados pelo corte de produção da OPEP a partir de Janeiro.
Já a EDP e a sua subsidiária para as renováveis cederam 0,7% para 2,697 euros e 0,34% para 5,91 euros. A REN, por seu lado, registou um decréscimo de 0,63% para 2,523 euros.
As únicas duas cotadas que hoje escaparam às quedas foram a Pharol, que somou 0,60% para 0,168 euros, e a Sonae Capital, que fechou em alta de 0,14% para 0,707 euros.
(notícia actualizada às 17:15)