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Powell leva Wall Street a maior perda deste ano

O presidente da Fed levou os índices norte-americanos ao vermelho, após afirmar que "não é provável" que o banco central corte os juros em março. S&P e Nasdaq recuaram mais de 1% e 2%, respetivamente.

No final do mês há nova reunião da Fed e espera-se que, depois de uma pausa em junho, o banco central retome o ciclo de subida dos juros diretores.
Brendan McDermid/Reuters
31 de Janeiro de 2024 às 21:29
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As bolsas norte-americanas encerraram em terreno negativo, penalizadas pelas palavras de Jerome Powell, presidente da Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos. O número um do banco central deixou claro que não há pressa para começar a descer os juros e que "não é provável" um corte em março, ao contrário do que era antecipado pelo mercado.

Jerome Powell reconheceu que os dados económicos são positivos, com a inflação a descer e o mercado laboral e crescimento económico robustos, mas disse que a Fed precisa de mais. "Queremos ver a continuação dos bons dados que temos visto", defendeu.

A perspetiva de que o "timing" para começar a aliviar a política monetária continua por definir levou as ações ao vermelho, uma vez que a expectativa era de que os cortes pudessem começar ainda no primeiro trimestre.

Os três índices registaram a maior queda deste ano: o S&P 500 perdeu 1,61 para 4.845,65 pontos, o tecnológico Nasdaq Composite deslizou 2,23% para 15.164,01 pontos e o industrial Dow Jones recuou 0,82% para 38.150,3 pontos, apesar de durante a negociação ter chegado a atingir máximos históricos ao tocar nos 38.588,86 pontos.

No caso do Nasdaq e do Dow, é preciso recuar a outubro do ano passado para ver uma queda mais expressiva, enquanto no caso do S&P é preciso voltar a setembro.

Entre as principais movimentações, as gigantes tecnológicas contribuíram para a desvalorização: a Alphabet deslizou 7,35%, a Microsoft 2,69%, a Apple 1,94%, a Tesla 2,24%, a Amazon 2,39%, a Meta 2,48% e a Nvidia 1,99%.

No caso da Microsoft e da Alphabet, dona da Google, a queda foi sustentada também por alguma desilusão dos investidores quanto aos resultados reportados ontem. Apesar de positivos, havia grande expectativa quanto ao impulso que a inteligência artificial teria nas suas  contas.

Os analistas consideram que o discurso de Powell deixa claro que os cortes não são para já. "Fez toda a gente suar, mas deixou bem clara a posição da Fed sobre março", afirmou Alan Ruskin, analista no Deutsche Bank, à Bloomberg.

"A Fed deixou bem claro hoje que gostaria de baixar os juros num futuro próximo, mas não deu qualquer indicação sobre quão cedo irá iniciar o processo de corte das taxas", considerou Chris Zaccarelli, analista na Independent Advisor Alliance. Apesar do cenário de juros altos durante mais tempo, antecipa que as ações vão valorizar.

"Depois de um mês caraterizado por uma série de dados económicos robustos mas uma pressão dos preços moderada, não é surpreendente que a Fed esteja relutante em dar mais detalhes sobre os cortes. Enquanto a economia se mantiver tão robusta, o risco de pressões inflacionistas renovadas não pode ser ignorado", acrescentou Seema Shah, da Principal Asset Management.

Também Whitney Watson, da gestora de ativos do Goldman Sachs, diz que "é expectável que os decisores de política monetária aguardem por mais evidências de uma tendência de descida na inflação antes de qualquer alteração". Por isso, "é tempo de os investidores assegurarem 'yields' atrativas em obrigações de alta qualidade", considerou, também à Bloomberg.
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