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Potencial ataque de Irão contra Israel abala Wall Street. Dow cai perto de 500 pontos

As principais bolsas do outro lado do Atlântico encerraram em baixa, sobretudo devido à escalada de tensões no Médio Oriente, o que levou os investidores a refugiarem-se em ativos mais seguros, como as obrigações e o ouro.

O fenómeno é conhecido dos mercados financeiros, mas pouco compreendido. Os gastos com o início do ano escolar e a revisão de projeções dos analistas podem estar entre os fatores.
Brendan McDermid/Reuters
Carla Pedro cpedro@negocios.pt 12 de Abril de 2024 às 21:22

As bolsas norte-americanas fecharam em terreno negativo, numa altura em que crescem os receios de um potencial ataque iraniano contra Israel, num contexto de escalada das tensões no Médio Oriente.

 

Esta preocupação levou muitos investidores a afastarem-se das ações e a optarem por ativos-refúgio, como as obrigações e o ouro – com o metal amarelo a estabelecer mesmo um novo máximo histórico, acima dos 2.400 dólares por onça.

 

O índice industrial Dow Jones fechou a ceder 1,24%, para 37.983,24 pontos, tendo afundado 475,84 pontos. Já o Standard & Poor’s 500 recuou 1,46% para 5.123,41 pontos.

 

Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite – que ontem foi bastante impulsionado pela perspetiva de bons resultados das "sete magníficas" – perdeu 1,62% para se fixar nos 16.175,09 pontos.

 

Os EUA e Israel estão em alerta perante um potencial ataque do Irão, ou de representantes seus, anunciou esta sexta-feira a Casa Branca – isto após o ataque israelita contra o complexo diplomático iraniano em Damasco (Síria) na semana passada.

 

As crescentes tensões no Médio Oriente – intensificadas desde 7 de outubro, com os ataques do Hamas em território israelita – têm levado a uma subida dos preços do petróleo e isso suscita cada vez mais receios de que possa impactar a inflação, o que levaria os bancos centrais a atrasarem o início do ciclo de corte dos juros diretores.

 

Por cá, o Ministério dos Negócios Estrangeiros emitiu uma nota sobre as viagens para Israel e outros países da região, advertindo para os perigos. "Considerando o estado de guerra desde 7 de outubro e as ameaças recentes a Israel, e tendo em conta os riscos de evolução do conflito, devem continuar a evitar-se todas as viagens não essenciais a Israel e países da região. Os cidadãos nacionais que se encontrem no país devem respeitar os alertas emitidos pelas autoridades israelitas e seguir todas as instruções de segurança que aquelas emitam", diz.

 

"Há riscos de ataques terroristas, principalmente a instalações do governo, militares e de segurança, transportes públicos e locais com multidões, com armas de fogo, armas brancas ou veículos, pelo que se aconselham as maiores precauções em todas as deslocações", refere ainda a mesma nota.

 

Por outro lado, os investidores estão também focados nas contas da banca – e o pontapé de saída dado hoje por algumas instituições financeiras norte-americanas não teve o efeito desejado, já que prevaleceu a cautela de mercado perante a maioria dos números.

 

O CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, deixou alertas: apesar de os robustos dados económicos dos EUA serem tranquilizadores, a agitação geopolítica e a inflação persistente (em março voltou a subir) são motivos de preocupação, não esquecendo também a guerra da Rússia com a Ucrânia.

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