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Pós-OPA: EDP ganha pela sexta sessão; Renováveis segue acima da contrapartida

Os investidores estão a trocar títulos da EDP Renováveis acima dos 6,75 euros que a EDP oferecia pelas suas acções. O Haitong Bank sublinha que a ideia de fusão, que não ocorrerá no curto prazo, dará suporte no longo prazo.

Miguel Baltazar/Negócios
07 de Agosto de 2017 às 09:02
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A primeira sessão após o fim da oferta pública de aquisição lançada pela EDP à EDP Renováveis está a ser positiva para as duas empresas, ainda que com ganhos ligeiros. A eléctrica liderada por António Mexia mantém a toada positiva das últimas sessões, estando no sexto dia de ganhos. A companhia presidida por João Manso Neto negoceia em alta, com os investidores a trocarem títulos acima dos 6,75 euros por acção.

 

A EDP segue a ganhar muito ligeiramente, 0,06%, para 3,152 euros, depois de ter somado mais de 2% na sexta-feira. Neste ciclo de seis dias de ganhos, a EDP avança mais de 6%, chegando a cotações inéditas desde a primeira metade de Junho.

 

Já a subsidiária para as energias verdes está a valorizar 0,46%, negociando nos 6,828 euros por acção. Aliás, a empresa já tocou nos 6,833 euros, superando a barreira dos 6,80 euros, o que não acontecia desde 26 de Julho. A cotação é acima dos 6,75 que a EDP estava a oferecer pelas acções da EDP Renováveis.

 

A OPA que deu menos de 83% da Renováveis

 

Na sexta-feira passada, foram anunciados os resultados da OPA: Aos 77,53% da EDP Renováveis que já eram controlados pela EDP, a eléctrica só conseguiu somar mais 5,03%. Assim, após a oferta, onde pretendia ganhar poder para ditar, por si, o futuro da Renováveis (chegando aos 90% dos direitos de voto), a eléctrica ficou com 82,56%.


Sem aumentar a contrapartida de 6,75 euros por acção, a EDP não conseguiu convencer 5,03% do capital nas mãos de outros investidores. Os minoritários reclamam vitória por isso mesmo. Ainda assim, a companhia gastou 296 milhões de euros na compra das acções. O Caixa BI adianta que a diferença face aos mais de 1,32 mil milhões de euros que a EDP colocou de lado para a operação (perto de mil milhões de euros) servirá para "acelerar a redução do endividamento da EDP".

 

Fusão dá suporte no longo prazo

 

Jorge Guimarães, do Haitong Bank, sublinha que a operação teve um impacto "neutral" sobre a eléctrica. "Não é surpresa que a EDP não tenha alcançado os 90% necessários para retirar a EDP Renováveis de bolsa", indica na nota de "research" diária.

 

Contudo, o banco de investimento antecipava uma "reacção negativa no curto prazo" com o final da acção. De qualquer forma, o interesse da empresa liderada por António Mexia na companhia sob o comando de João Manso Neto pode dar algum suporte às acções no longo prazo.

 

Apesar disso, "no curto prazo", a EDP diz que não vai promover uma "reestruturação corporativa", pelo que não vai avançar já com uma fusão transfronteiriça, como era uma intenção inscrita no prospecto da OPA.


Uma afirmação feita apesar de, em comunicado oficial, a eléctrica comandada por Mexia referir que a OPA reforça a "cooperação e integração" das operações.

 

"Dado que a EDP não atingiu os 90% dos direitos de voto no âmbito da oferta, a EDPR irá permanecer cotada no principal índice português o PSI 20, ainda que com uma menor liquidez na medida em que o ‘free-float’ reduziu-se para 17,5%", relembra Helena Barbosa, do CaixaBI. 

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.



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