A Portugal Telecom saiu de um índice accionista global. A empresa de telecomunicações não será substituída no índice MSCI Portugal a 30 de Maio, dia em que o irá abandonar.

Numa lista de alterações aos membros que constituem os índices MSCI Global Standard, que entram em vigor a 30 de Maio, é indicado que o MSCI Portugal Index perde um membro: a Portugal Telecom. Promoções em sua substituição?: "Nenhuma".

O índice nacional para o MSCI passa a ser composto não por cinco mas quatro empresas: EDP, Galp Energia, Jerónimo Martins e Banco Espírito Santo. O MSCI é um fornecedor de ferramentas de apoio a decisões de investimento, nomeadamente índices que agrupam cotadas em bolsa. Há índices globais, regionais, nacionais ou sectoriais.

"A PT abandona assim um índice accionista de referência mundial, podendo reforçar a perda de interesse da comunidade investidora", comenta o gestor da XTB Portugal Steven Santos, que avançou com a indicação de despromoção da operadora liderada por Henrique Granadeiro. A PT irá concluir, este ano, a operação de fusão com a Oi que dará lugar à empresa designada por CorpCo, cuja sede será no Brasil (um mercado "emergente" para o MSCI, ao contrário de Portugal que é um mercado "desenvolvido").

Steven Santos escreve, na nota diária, que a "despromoção resulta da desvalorização acentuada do título, que perdeu 20% nos últimos 12 meses, e da fusão efectiva com a Oi, que aumentou a correlação positiva com a operadora brasileira". As acções da PT seguem a perder 1,9% para negociarem nos 2,845 euros, no dia em que foram apresentados prejuízos de 14,7 milhões de euros nos primeiros três meses do ano.

Além do caso da PT, há outras dezenas de modificações no índice. No MSCI World, as três maiores entradas são a do italiano Intesa Sanpaolo e dos americanos Twitter e American Airlines. Também a Altice, dona da Cabovisão e Oni cotada na bolsa holandesa, foi promovida ao índice dos Países Baixos.

Primeira despromoção em dois anos

Esta é a primeira despromoção do MSCI Portugal de uma empresa desde Maio de 2012. Nessa altura, a EDP Renováveis havia sido retirada do índice. Antes dela, em Novembro de 2011, foi a vez do Banco Comercial Português enquanto, em Maio desse ano, a Brisa tinha sido a despromovida. Em Maio de 2009, a Zon Multimédia (agora Zon Optimus) tinha sido a cotada alvo de despromoção Todas alterações sem quaisquer substituições. Ou seja, em 2009, havia nove membros neste índice que, agora, conta com apenas quatro empresas.

O índice, que como descreve a XTB agrupa empresas nacionais que representam 85% da capitalização bolsista ajustada ao "free float" (capital disperso em bolsa), teve a sua última entrada de um membro em Novembro de 2008, com os ingressos da EDP Renováveis e Galp. Destas, como já referida, só a petrolífera se mantém. 

(Notícia com nova informação no terceiro parágrafo)