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Otimismo regressa à frente comercial e atira Wall Street para recordes

As bolsas norte-americanas abriram em alta, a marcarem novos máximos históricos, com os investidores otimistas perante novos sinais de que as negociações comerciais EUA-China estão a progredir no bom sentido.

Reuters
15 de Novembro de 2019 às 14:50
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O Dow Jones segue a somar 0,35% para 27.878,59 pontos, o que constitui um novo máximo histórico.

 

Já o S&P 500 avança 0,34% para 3.107,07 pontos, valor nunca antes alcançado. O Standard & Poor’s 500 está a caminho da sexta semana consecutiva de ganhos, naquela que é a mais longa série de subidas em dois anos.

 

Também o tecnológico Nasdaq Composite segue em recordes de sempre, a valorizar 0,47% para se fixar nos 8.518,74 pontos.

 

Os investidores estavam a optar por uma atitude mais cautelosa, à espera de desenvolvimentos na frente comercial, depois de alguns recuos esta semana. Mas hoje regressaram os sinais de que a assinatura de um entendimento provisório entre os EUA e a China poderá estar para breve.

 

Na terça-feira, o presidente norte-americano, Donald Trump, declarou que o acordo comercial parcial (chamado de "fase um") poderia estar para breve, mas que não estava fechado. E brandiu de novo a ameaça de substanciais agravamentos das taxas aduaneiras sobre os produtos chineses se esse acordo parcial não for assinado.

 

Entretanto, no dia seguinte correu entretanto a informação de que as compras de produtos agrícolas norte-americanos pela China voltaram a ser um dos pontos de fricção nas negociações entre Washington e Pequim.

 

Trump tinha dito que a China concordou em comprar o equivalente a 50 mil milhões de dólares anuais de soja, carne de porco e outros produtos agrícolas. Mas a China estaria hesitante em colocar um compromisso numérico no texto de um potencial acordo, segundo o The Wall Street Journal, citando fontes próximas das negociações.

 

Ontem, o impasse manteve-se, com a China a que a assinatura de um acordo estava dependente de os EUA retirarem as tarifas já aplicadas.

 

Hoje, as notícias nesta frente foram mais risonhas. Larry Kudlow, conselheiro económico da Casa Branca, disse que as negociações entre os dois países estão a chegar à etapa final.

 

Foi o suficiente para as cotadas do setor tecnológico, que vão buscar grande parte das receitas à China, reagirem de imediato em alta.

 

Também os dados económicos continuam a prender a atenção dos investidores, numa altura em que enviaram sinais mistos. Ontem foi anunciado que os preços no produtor subiram, ao passo que os pedidos de subsídio de desemprego na semana passada aumentaram mais do que o estimado. Já hoje foi divulgado que as vendas a retalho subiram mais do que o estimado em outubro, mas o índice industrial Empire State ficou abaixo do esperado.

 

Destaque ainda para o presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos, que esta semana esteve perante as duas casas do Congresso.

 

Depois de na quarta-feira ter dito no Congresso que não prevê que as taxas de juro dos EUA sejam alteradas nos próximos tempos, Jerome Powell declarou ontem que continua preocupado com a dimensão da dívida do país.

 

Segundo Powell, o orçamento federal está numa senda insustentável, com uma dívida elevada e crescente. Na sua opinião, o elevado endividamento dos EUA "poderá restringir a vontade e capacidade dos responsáveis pelas políticas orçamentais de apoiarem a atividade económica durante uma recessão". Ou seja, depois dos cortes de impostos aprovados por Trump no início do seu mandato, quando ocorrer outra crise o país não terá margem fiscal para estimular a economia.

 

No ano fiscal de 2019, que terminou a 30 de setembro, o défice do orçamento federal norte-americano ascendia a 984.000 milhões de dólares, mais 205.000 milhões do que o défice registado em 2018. Consequentemente, a dívida federal aumentou para 79,2% do PIB, contra 77,4% no ano fiscal de 2018.

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