Notícia
Nova vaga de vendas nas biotecnologias penaliza Wall Street
Os principais mercados accionistas norte-americanos fecharam em baixa, penalizados sobretudo por um novo movimento de vendas nos títulos ligados às biotecnologias. Energia disparou, animada pela valorização do petróleo.
O Dow Jones foi o único dos principais índices bolsistas dos EUA que conseguiu encerrar em terreno positivo, mas com uma subida muito ligeira. Terminou a somar 0,08% para 16.789,72 pontos.
O Standard & Poor’s 500, em contrapartida, cedeu 0,4% para 1.979,96 pontos, terminando assim com cinco dias consecutivos a fechar em alta – naquela que foi a mais longa série de valorizações este ano.
O índice tecnológico Nasdaq Composite, por seu lado, acabou por ser o mais penalizado, a cair 0,69% para 4.748,35 pontos, devido ao movimento vendedor no sector das biotecnologias.
O sector biotecnológico tinha conseguido recuperar nas últimas sessões, depois de em finais de Setembro ter sido castigado pelas vendas de grande parte dos seus títulos. Aliás, o índice Nasdaq Biotechnology chegou a entrar, no dia 25 de Setembro no chamado "bear market" (mercado urso ), naquela que foi a pior queda semanal dos últimos quatro anos.
Esta derrocada nas biotecnologias foi desencadeada por uma mensagem de Hillary Clinton (pré-candidata presidencial pelos democratas às eleições presidenciais de Novembro do próximo ano nos EUA) na sua conta de Twitter, sugerindo que poderia haver "manipulação de preços" no mercado farmacêutico relativamente à prescrição de medicamentos. Isto devido ao forte aumento do preço de um medicamento para o tratamento da toxoplasmose, de 13,5 para 750 dólares. A decisão gerou uma onda de protesto, ampliada por Hillary Clinton, e o presidente da Turing Pharmaceuticals disse entretanto que iria baixar de novo o preço do fármaco.
Em finais da semana passada, este sector começou a recuperar, mas voltou hoje a entrar no vermelho, com o índice Nasdaq Biotechnology a cair 3,8%.
Do lado dos ganhos, destaque nesta sessão de terça-feira para as matérias-primas, muito especialmente para a energia, num dia em que os preços do petróleo dispararam nos mercados internacionais, a escalarem mais de 5% em Londres e em Nova Iorque, animados pela perspectiva de uma queda da produção norte-americana.
Esta semana as atenções vão começar a virar-se para os resultados das empresas, com a Alcoa a dar – como já é habitual – o pontapé de saída da época oficial de divulgação das contas trimestrais no dia 8 de Outubro após o fecho da sessão bolsista.
O mercado mantém-se também na expectativa para saber quando é que a Fed se vai decidir por subir os juros, em mínimos históricos (entre 0% e 0,25%) desde finais de 2008. Muitas projecções começam já a apontar para que isso só aconteça no próximo ano.