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Nem o mergulho da Tesla retirou optimismo a Wall Street

As bolsas norte-americanas encerraram em terreno positivo, apesar da queda superior a 9% da Tesla, dos desaires nos semicondutores e da turbulência na Turquia. A sustentar esteve a diminuição dos receios em torno das tensões comerciais dos EUA com alguns dos seus principais parceiros.

Reuters
17 de Agosto de 2018 às 21:06
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O Dow Jones fechou a somar 0,43% para 25.669,02 pontos e o Standard & Poor’s 500 avançou 0,33% para 2.850,14 pontos.

 

Por seu lado, o Nasdaq Composite ganhou 0,13% para se fixar nos 7.816,33 pontos. 

 

As bolsas norte-americanas abriram em baixa, penalizadas pelas fracas projecções da Applied Materials e Nvidia, o que pesou nas cotadas dos semicondutores, bem como pela turbulência na Turquia. No entanto, acabaram por inverter e conseguir fechar no verde, apesar de o forte mergulho da Tesla também ter estado a pressonar.

 

O aliviar de tensões na Turquia durou pouco e a lira voltou às quedas, o que enervou novamente as cotadas expostas àquele país, com especial destaque para a banca. Além disso, o sector dos semicondutores esteve em baixa, depois de algumas projecções que desanimaram o mercado.

 

As acções da Nvidia caíram 4,90% no fecho, depois de a fabricante de chips ter dito que a procura fomentada pelas criptomoedas "secou" e ter previsto vendas para o actual trimestre abaixo das estimativas médias do consenso do mercado.

 

Também a Applied Materials desvalorizou, terminando com um recuo de 7,72%, após a maior fornecedora de equipamentos de chips ter projectado resultados para o actual trimestre inferiores às expectativas dos analistas.

 

No mesmo sector, a Intel deslizou 0,15%.

 

Ainda do lado negativo, destaque para a Tesla, com a fabricante norte-americana de veículos eléctricos a fechar a perder 8,93% para 305,50 dólares (tendo chegado a afundar 9,52% durante a sessão) depois de uma entrevista do seu CEO, Elon Musk, ao The New York Times, onde este admitiu as suas fragilidades pessoais.

 

Musk ficou em lágrimas durante grande parte da entrevista, tendo afirmado que o último ano foi o mais doloroso da sua carreira e que tem de tomar comprimidos para dormir.

 

E exemplificou: no dia em que comemorou 47 anos de vida – a 28 de Junho – trabalhou 24 horas, tendo viajado directamente para o casamento do seu irmão. Chegou duas horas antes da cerimónia e regressou imediatamente após o fim da mesma.

 

Nesta entrevista, o líder da Tesla afirmou que tem trabalhado mais de 120 horas por semana o que fez com que a sua saúde "não esteja fantástica" e provocando a preocupação dos seus amigos.

 

Elon Musk queixou-se ainda dos investidores que pressionaram as acções da Tesla, apostando na queda dos títulos, tendo provocado "alguns meses de tortura extrema".

 

Os últimos tempos da Tesla, recorde-se, têm sido conturbados. Desde a pressão para conseguir aumentar a produção do Model 3, para cumprir as metas com que se comprometeu, até ao mais recente e polémico episódio sobre a retirada da empresa de bolsa da Tesla, a 420 dólares por acção – o que levou à abertura de uma investigação por parte dos reguladores.

 

O alívio das tensões comerciais

 

O que levou, então, com toda esta pressão, a que Wall Street invertesse e encerrasse em alta? O alívio dos receios em torno das tensões comerciais.

 

Houve relatos de potenciais progressos no que diz respeito às tensões comerciais entre os EUA e os seus parceiros comerciais, o que contribuiu para animar o sentimento dos investidores.

 

"Quaisquer conversações que tenhamos com a China para chegar a um acordo e quaisquer conversações que tenhamos com o México serão vistas como uma vitória para os Estados Unidos", comentou à Reuters o presidente da corretora Stuart Frankel & Co., Jeffrey Frankel.

 

As disputas comerciais entre Washington e muitos dos seus parceiros comerciais, como a China, União Europeia, Canadá e México, têm sido um constante factor de pressão sobre os mercados globais, pelo que qualquer informação de um possível desanuviar das tensões com vista a uma resolução pacífica é suficiente para impulsionar a negociação bolsista.

 

 

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