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Navigator valoriza mais de 5% após EUA reduzirem taxa anti-dumping
Num dia de quedas acentuadas nos mercados bolsistas, as acções da Navigator reflectem a decisão do Departamento de Comércio dos Estados Unidos que foi conhecida no final de ontem.
As acções da Navigator estão a reagir em forte alta à descida da taxa aplicada à cotada por parte do Departamento de Comércio dos Estados Unidos.
A empresa liderada por Diogo da Silveira revelou, no final do dia de quarta-feira, 10 de Outubro, que a taxa anti-dumping final a aplicar retroactivamente nas vendas de papel para os EUA, para o período compreendido entre Agosto de 2015 e Fevereiro de 2017 foi revista em baixa para 1,75%.
As acções da Navigator abriram a subir 2,56% para 4,00 euros, numa sessão em que as bolsas europeias estão a seguir o desempenho fortemente negativo das praças norte-americanas e asiáticas. As acções já alcançaram uma valorização de 5,64% pouco depois do ínicio da sessão.
Na sessão posterior ao anúncio de que esta taxa seria de 37,4%, as acções da Navigator afundaram 7,74% para 4,6 euros.
Agora esta taxa foi revista fortemente em baixa, o que justifica a subida das acções. Em Agosto a empresa tinha avançado que a mesma autoridade norte-americana tinha decidido aplicar-lhe uma taxa final sobre vendas realizadas durante aquele período de 37,34%, depois de Março ter sido sido notificada que a taxa antidumping seria de 0%.
Os analistas do BPI salientam que estas são boas notícias para a Navigator, que os cálculos apontavam para que a anterior taxa tivesse um impacto negativo de 7% na avaliação que tem para as acções da cotada.
"Considerando que a tarifa foi revista em baixa de forma considerável, tendo agora apenas um impacto de 0,5% no EBITDA de 2021, vemos um potencial de subida de 7% face à actual avaliação da Navigator", pelo que "reforçamos a nossa perspectiva positiva para a acção", referem os analistas do BPI, que têm um preço-alvo de 5,20 euros para a Navigator, com uma recomendação de "comprar".
Navigator calcula impacto negativo de apenas 2 milhões
Com esta decisão, em vez da aplicação da taxa de 37,34%, que teria um impacto negativo de 66 milhões de euros no EBITDA e de 45 milhões nos lucros líquidos deste ano, o impacto estimado com o novo valor passa a ser negativo em cerca de 3 milhões no EBITDA e 2 milhões de euros nos lucros líquidos de 2018.
A Navigator diz ainda que vai iniciar um processo de pedido de reembolso no valor aproximado de 22 milhões de euros, correspondente à diferença entre os montantes depositados até Fevereiro de 2017 e o montante agora apurado.
A taxa de 37,34% começou a aplicar-se às vendas para os EUA desde 13 de Agosto de 2018, substituindo a anteriormente aplicável até essa data de 7,8%, explica a Navigator no comunicado.
O grupo liderado por Diogo da Silveira recorda ter "reagido imediatamente contra a decisão em causa, tendo invocado a existência de erros administrativos na decisão, e recorreu a todas as medidas legalmente disponíveis para demonstrar que a taxa acima mencionada para o período em causa era totalmente injustificada".
Com isso, o Departamento do Comércio reapreciou os cálculos então feitos, "tendo concluído pela atribuição final desta nova taxa de 1,75%, que será aplicável através do depósito do montante da taxa correspondente a todas as exportações para os EUA pela sociedade depois da data de publicação da decisão correspondente, que se espera próxima", diz a Navigator.
Este processo arrasta-se desde Fevereiro de 2015. Em Agosto desse ano foi fixada uma taxa de depósito provisória de 29,53%, mas, na avaliação final, em Janeiro de 2016, a taxa foi reduzida para 7,8% pela correcção de um erro administrativo. Em Abril a empresa foi informada que a taxa a aplicar seria de 0%, mas em Agosto foi confrontada com novo valor, superior a 37%.
(notícia actualizada às 10:10 com comentário dos analistas do BPI)