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Montepio afunda 11% e recua pelo sexto dia seguido

Na semana em que se confirmou que a Santa Casa estuda o investimento no Montepio, as unidades de participação recuaram. A queda seguiu-se ao disparo de 55% da semana passada. O registo da transformação em sociedade anónima continuar por ocorrer.

Bruno Simão/Negócios
08 de Junho de 2017 às 17:48
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O Montepio fechou em terreno negativo pela sexta sessão consecutiva. Depois de terem disparado 55% na semana passada, que as levou a tocar nos 95 cêntimos, as unidades de participação da Caixa Económica Montepio Geral valem 50,2 cêntimos.

 

Esta quinta-feira, as unidades recuaram 10,83%, numa sessão em que o volume voltou a superar a média e em que o índice PSI-20 recuou 0,93%. Nas últimas oito sessões, só numa a troca de acções foi inferior à média diária dos últimos seis meses.

 

Foi na terça-feira da semana passada, 30 de Maio, que as unidades dispararam 46%. No dia seguinte, voltaram a escalar e, nessa sessão, aproximaram-se de 1 euro, o valor a que tinham sido admitidas à negociação, no final de 2013. Um valor de que nunca se tinham aproximado desde então. 

 

Não houve nenhuma justificação para este avanço da semana passada – a que se seguiram estas seis sessões de perdas –, apesar da análise feita pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Preço de alegado investimento será sempre negociado

 

A subida bolsista ocorreu num momento de mudança, estando em curso a transformação da caixa económica em sociedade anónima. Nesse processo, as unidades de participação do fundo, que não dão direito de voto, vão ser convertidas em acções da própria caixa. Neste momento, a Associação Mutualista do Montepio, que controla a caixa económica, detém a maioria (72,98%) das unidades de participação, dados de final de Março. Nessa conversão, a mutualista liderada por António Tomás Correia fica com 95% do capital da caixa económica comandada por José Félix Morgado (na foto), ficando o restante nas mãos dos titulares das actuais unidades de participação, que nessa altura serão acções.

 

Para essa conversão é necessário que a transformação em sociedade anónima, já ratificada pelos órgãos competentes da mutualista e da caixa económica, seja registada em Conservatória. A CMVM pretende que esse registo ocorra ao mesmo tempo que haja a admissão das acções. Segundo o jornal Eco, o Montepio já entregou um prospecto junto do regulador do mercado de capitais para a admissão à negociação dessas novas acções.

 

A transformação em sociedade anónima e admissão à negociação vai fazer com que o Montepio passe a ter o capital aberto, sujeito à entrada de novos investidores. O regime jurídico das caixas económicas obriga a que a instituição maioritária das caixas seja uma entidade do terceiro sector, como é a mutualista, mas outras entidades podem ficar com posições minoritárias. É neste contexto que têm surgido notícias sobre o interesse da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. O provedor, Pedro Santana Lopes, assumiu essa possibilidade, dizendo estão já consultores a estudar o eventual investimento, conforme o Negócios noticiou na passada segunda-feira.

 

Numa entrevista à SIC, Santana Lopes admitiu esse estudo, mas também rejeitou que o preço pago fosse influenciado pela recente valorização em bolsa das unidades de participação – o preço seria sempre negociado, frisou.

 

No debate quinzenal desta quinta-feira, o primeiro-ministro António Costa afirmou que não tem "nada a opor" a um eventual investimento da Santa Casa no Montepio. O ministro da Segurança Social, Vieira da Silva, já disse mesmo que o vê com "bons olhos".


Costa assegura que Governo nada tem a opor à entrada da Santa Casa de Lisboa no Montepio
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O primeiro-ministro, António Costa, assegurou hoje o Governo não tem "nada a opor" a uma possível entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no capital do Montepio, considerando que seria positivo para o sistema financeiro.
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