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MiFID II: Bancos europeus podem perder 15% das receitas com corretagem de acções
A directiva europeia que vai entrar em vigor no próximo ano representa uma ameaça às receitas dos bancos, sendo que o maior impacto deverá ser sentido no "trading" de acções.
As receitas que os maiores bancos europeus angariam na corretagem de acções podem vir a baixar até 15% quando entrar em vigor a Directiva dos Mercados de Instrumentos Financeiros da União Europeia, conhecida por MiFID II.
As estimativas são da firma de "research" Coalition e estão a ser citadas pela Bloomberg. As receitas totais na área de banca de investimento deverão cair 2,6%. No "trading" de produtos de taxa fixa ("fixed-income"), que representa a maior fatia da actividade de corretagem dos bancos europeus, a queda estimada é de 4,2%.
O mesmo estudo conclui que a grande maioria dos bancos europeus não está preparada para as novas regras que vão entrar em vigor já no início do próximo ano, que apesar de aligeirarem as regras no sector, podem vir a aumentar os custos legais e regulatórios que os bancos enfrentam.
"As receitas na corretagem de acções vão baixar em toda a linha. O 'research' será o mais atingido, com o 'buy-side' (gestoras de activos e outros investidores institucionais) a baixarem os valores que pagam à indústria", afirma Eric Li, director da Coalition. "Vamos assistir a negociações dolorosas com os bancos a tentarem recuperar parte do acréscimo de custos com o aumento das comissões aos clientes", acrescentou.
Ainda assim a Coalition adianta que o impacto total nos bancos globais será limitado, dado que a corretagem de acções representa uma pequena parcela da sua actividade.