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Euro e bolsas aplaudem BCE. Juros das dívidas agravam

Os principais índices bolsistas europeus, acompanhados pela moeda da zona euro, reagiram em alta aos anúncios do BCE e do BoE.

Christine Lagarde
Kai Pfaffenbach / Reuters
16 de Dezembro de 2021 às 14:04
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As praças europeias reagiram "no verde" aos anúncios do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco de Inglaterra (BoE na sigla inglesa). A autoridade monetária do euro desenhou o plano de retirada de estímulos, mas deixou margem para ajustamentos consoante a evolução da economia. Já o homólogo britânico surpreendeu com uma subida das taxas.

O Stoxx 600, o índice que agrupa as maiores cotadas europeias, segue a valorizar 1,53% para 477,96 pontos, ao início da tarde. Enquanto a bolsa de Amesterdão lidera ganhos (1,92%), seguida pelo espanhol IBEX-35 (1,70%), enquanto o índice alemão valoriza 1,65%.

Em França, o CAC 40 avança 1,45% e o inglês FTSE valoriza 0,98%, uma correção ligeira face à cotação com que abriu a manhã. A subida mais modesta pertence ao português PSI-20 que sobe 0,63% para 5.463,45 pontos.

A moeda da zona euro, que nas últimas semanas tem sofrido um forte declínio em comparação com o dólar -- que promete ter o melhor desempenho anual em três anos -- está a valorizar 0,34% para os 1,1327 dólares.

Fed e BoE deixam BCE para trás
"Enquanto a Fed duplicou o ritmo do tapering e o Banco de Inglaterra subiu os juros, o BCE ainda está a desenhar os planos para também reduzir a sua compra mensal de dívida. É um tapering muito cauteloso", avalia Carsten Brzeski, global head of macro do ING, numa nota de análise às decisões dos três bancos centrais.

Esta quinta-feira, o BCE anunciou que vai reforçar o programa de compra de dívida que tem em curso para compensar o fim do envelope criado somente para a pandemia, o PEPP. Já este último, que tem o fim marcado para março, vai sofrer um prolongamento do período de reinvestimentos como forma de minimizar o impacto da retirada.

Já o Banco de Inglaterra surpreendeu ao subir as taxas de juro de referência para 0,25%. É um aumento de 0,15 pontos percentuais, numa decisão que foi apoiada por oito dos nove membros do Comité de Política Monetária (CPM). Esta é a primeira subida desde o início da pandemia.

Ambas as reuniões aconteceram depois de o presidente da Reserva Federal dos EUA ter anunciado, na noite passada, que o banco central vai acelerar a diminuição da compra de dívida. Indicou também que vai subir juros três vezes no próximo ano (face ao anterior guidance de duas vezes).

Inflação assusta obrigações
A gradualidade da retirada de estímulos pandémicos do BCE parece estar a agradar aos investidores, mas a revisão das projeções económicas não deixa de causar preocupações. O departamento de análise macroeconómica reviu em forte alta a projeção de inflação para 2022, antecipando agora uma subida de 3,2% do índice de preços.

A perspetiva de perda de valor nos preços das obrigações, pelo efeito da inflação, poderá ser uma das causas para as reações no mercado obrigacionista. As taxas de juro das dívidas soberana da zona euro agravaram após o encontro liderado por Lagarde. A yield das "bunds" germânicas a 10 anos, vistas como a referência na zona euro, sobe 3,1 pontos base, ficando assim menos negativa em -0,331%.

Na Península Ibérica, o juro de Portugal a dez anos aumenta 5,5 pontos base para 0,311%. No país vizinho, a subida é de 4,9 pontos base para 0,394%. Já em Itália, depois de se assistir a uma descida generosa esta manhã, nas yields a 10 anos, estas sobem 6,6 pontos base para 0,982%.

No Reino Unido, apesar da indicação do banco central que prometeu manter os programas de compra de ativos, a tendência também é de agravamento dos juros com a mesma maturidade, em 8,1 pontos base para 0,813%.

(Notícia atualizada às 15:15)
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