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May cancela votação e atira acções para mínimo de dois anos. Libra afunda

A primeira-ministra britânica terá decidido cancelar o voto parlamentar ao acordo alcançado entre Londres e Bruxelas para o Brexit. Esta decisão atirou as acções para mínimos de dois anos e a libra para o valor mais baixo desde Junho de 2017.

Reuters
10 de Dezembro de 2018 às 13:54
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Theresa May voltou a agitar os mercados. Desta vez porque a primeira-ministra britânica terá decidido cancelar o voto parlamentar ao acordo alcançado entre Londres e Bruxelas para o Brexit. As acções europeias e a libra estão a negociar em mínimos.

 

O índice de referência europeu acabou por agravar as perdas registadas desde o arranque da sessão assim que foi avançado que May terá optado por adiar a votação perante uma muito provável rejeição dos termos da saída britânica da União Europeia pela Câmara dos Comuns.

 

O Stoxx600 está a cair 0,72% para 342,97 pontos, tendo recuado para o valor mais baixo desde Dezembro de 2016. As bolsas em Espanha, Alemanha e França seguem uma tendência semelhante, com o índice nacional, o PSI-20, a perder agora 0,56% para 4.809,58 pontos.

 

Já a libra está a negociar no valor mais baixo desde Junho de 2017. A moeda britânica está a recuar 0,63% para 1.2646 dólares. "Alguns receios sobre um Brexit sem acordo estão outra vez a pesar depois de a primeira-ministra [Theresa] May ter alegadamente adiado a votação e a UE sinalizado que não tem vontade de voltar a negociar o Brexit", afirmou Valentin Marinov, responsável pela estratégia cambial do Crédit Agricole, à Bloomberg.

"As próximas cimeiras europeias estarão em foco [com os investidores] à procura de quaisquer desenvolvimentos, com o risco de decepção a manter os investidores cautelosos relativamente à libra", acrescentou Valentin Marinov.

 

Perante uma muito provável rejeição dos termos da saída britânica da União Europeia pela Câmara dos Comuns, dada a oposição de trabalhistas, liberais-demcoratas, unionistas irlandeses, nacionalistas escoceses e de parte relevante do próprio Partido Conservador de May, a primeira-ministra deverá ter optado pelo adiamento da votação. Ainda de acordo com uma fonte citada pela Bloomberg, a confirmar-se a decisão da primeira-ministra do Reino Unido, deverá ser reagendado o voto parlamentar. 

 

No entanto, há muita incerteza em torno do processo do Brexit. Isto porque, segundo revela a imprensa britânica, Theresa May continua a auscultar os principais ministros do seu governo e poderá ainda ser convencida a levar por diante a votação. 

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