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Lisboa continua caça ao outubro vermelho. Mota afunda 15%

A bolsa portuguesa encerrou em queda esta quarta-feira, num dia de tendência mista nas principais praças europeias. O dia fica marcado pelo tombo de mais de 15% da Mota-Engil, no pior dia para a construtora desde janeiro de 2016.

A rede dos vários parceiros é um fator chave no novo programa.
Pedro Catarino
04 de Outubro de 2023 às 16:44
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A bolsa portuguesa encerrou a perder mais de 1%, com o PSI a perder 1,26%, para os 5.824,40 pontos, mínimo de quatro meses, num dia em que as principais praças europeias se dividem entre ganhos e perdas ligeiras. 

Apenas duas cotadas do índice nacional encerraram a valorizar, tendo as restantes 12 fechado no vermelho. O destaque do dia é a Mota-Engil, que afundou 15,44%, para os 2,765 euros. Este é o pior dia para as ações da construtora desde 15 de janeiro de 2016, quando perdeu mais de 18%.

A construtora estará a ser penalizada pela debilidade do setor na China, devido ao caso da Evergrande, e a Mota-Engil poderá estar a ser castigada por contar com a chinesa CCCC como acionista de referência. Adicionalmente, a revisão em baixa das previsões de crescimento pelo Banco de Portugal também pressionam os setores pró-cíclicos, onde se inclui a construção.

"Tem havido imensa fraqueza no mercado imobiliário da China, desde o caso da Evergrade. O mercado chinês tem estado a vender em massa obrigações do tesouro americano para financiar as obrigações das empresas ligadas à construção e engenharia e da parte do imobiliário. Posto isto, este sector começa a estar sob pressão. No caso dos REITs as quedas já são significativas e no caso das empresas de construção ainda ontem vimos a Quanta Service a cair 4% nos EUA (empresa semelhante à Mota-Engil). As constantes subidas nas taxas de juro e as escaladas nas yields das obrigações governamentais parecem estar a fazer uma pressão acrescida sobre o setor", refere Vítor Madeira, analista da XTB, no seu comentário diário.

"Isto poderá dar a entender que alguns projetos possam ser adiados, anulados ou mesmo alterados que terão impacto direto no resultado destas empresas. Contudo, não houve qualquer anúncio da empresa e o volume transacionado em bolsa também não é grande o suficiente que comprove esta venda massiva. Ainda assim, esta correção pode ser um sinal de que este setor poderá ficar condicionado no futuro", acrescenta.

A pesar no índice, a Galp, um dos pesos pesados, recuou 2,14%, para os 13,28 euros, num dia em que os preços do crude afundam mais de 3% após a indicação dada pela OPEP+ de que deverá manter a redução da oferta até final do ano.


A Jerónimo Martins caiu 1,25%, fechando nos 20,5 euros, mínimo desde 27 de março, acompanhando as perdas do setor do retalho na Europa.

O BCP também cedeu, desvalorizando 0,65%, para os 0,2591 euros, em linha com a banca europeia, enquanto a EDP deslizou 0,28%, para os 3,612 euros, o valor de fecho mais baixo desde 15 de abril de 2020.

A EDP Renováveis foi o principal travão às perdas do PSI, ao valorizar 0,68%, para os 13,98 euros, depois de ontem ter afundado 8% para mínimos de finais de setembro de 2020. A REN foi a outra cotada a fechar no verde com uma subida de 0,42%, até aos 2,385 euros.



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