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Investidores estão a seguir o adágio: vender em Maio

Fiéis a um dos mais adágios mais populares dos mercados, os investidores estão a vender em Maio. O arranque do mês está a ser negativo e a culpa é dos resultados e fracas perspectivas económicas. O foco está agora na taxa de desemprego nos EUA.

Bloomberg
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As bolsas europeias estão hoje em queda pela quinta vez nas últimas seis sessões e as praças mundiais caminham para a pior semana desde Fevereiro.

 

Os investidores parecem assim estar a seguir a estratégia ditada por um dos adágios mais populares dos mercados: "Sell in May and go away, don’t come back until Labor Day". Ou em português, "Venda em Maio e só regresse no dia do trabalhador".

 

O Stoxx 600 cai 0,47% para 331,3 pontos, elevando a perda na semana e desde o início de Maio para 3,1%. O índice que mede o desempenho das bolsas mundiais (MSCI All-Country), segundo a Bloomberg, está a registar o pior desempenho desde Fevereiro.

 

A prestação negativa dos mercados bolsistas está relacionada com vários factores, como os resultados trimestrais decepcionantes apresentados por diversas cotadas, os dados económicos desfavoráveis divulgados em várias regiões do globo e pela desvalorização de várias matérias-primas.

 

O foco dos investidores está agora centrado na divulgação da taxa de desempego nos Estados Unidos, às 13:30 de Lisboa, já que os mercados aguardam por mais pistas para perceber qual será a direcção da taxa de juro na maior economia do mundo.

 

Os economistas apontam para que tenham sido criados 200 mil empregos em Maio, com a taxa de desemprego a ficar estável nos 5%. Nesta altura o mercado de futuros aponta para uma probabilidade de apenas 10% de ocorrer uma subida de 25 pontos base na taxa de juro da Reserva Federal na reunião de Junho.  

 

Depois de terem fixado máximos de três meses em Abril, as acções mundiais entraram numa trajectória negativa, com as produtoras de matérias-primas a liderarem as perdas. Em Wall Street os índices estão em mínimos de 12 de Abril, com as tecnológicas em destaque pela negativa. O S&P500 cai 0,71% em Maio. Em Lisboa o PSI-20 desvaloriza 0,69%.

 

"A única coisa que está a subir é a incerteza", afirmou à Bloomberg  Guillermo Hernandez Sampere, operador da MPPM EK na Alemanha, acrescentando que "a principal preocupação nos mercados é a ainda baixa perspectiva de crescimento". "Estamos a caminhar sobre gelo fino e não precisamos de decepções", acrescentou o operador, referindo-se à actuação da Fed. 

O que vai fazer mexer com os mercados Risco de Brexit vai agitar os mercados
Os britânicos vão às urnas no próximo mês de Junho decidir se o Reino Unido deve continuar na União Europeia. Um factor de "stress" adicional nas bolsas, que poderá alimentar algumas correcções sobretudo nas acções que poderão ser mais afectadas por um eventual Brexit. Apesar da incerteza que este referendo cria nos mercados, a maioria dos analistas afasta a possibilidade de saída do Reino Unido da UE.

Política monetária foca atenções
À semelhança do que tem acontecido nos últimos meses, a política monetária mundial irá continuar a centrar atenções. Depois de ter aberto a porta a uma subida de juros já na reunião de Junho, a Reserva Federal continuará a ser determinante para o rumo dos mercados. Ainda assim, Sasha Everes, da BNYMellon, afasta uma subida antes do verão. Uma estimativa partilhada pela maioria dos economistas, que apenas prevê uma mexida na taxa de referência na parte final de 2016.

China pode voltar ao radar
Depois de ter abalado os mercados no verão passado e no início deste ano, a China continua a ser um factor de preocupação. A evolução da segunda maior economia do mundo vai continuar a agitar a negociação, num momento em que as taxas de crescimento de dois dígitos ficaram na história, com a China a atravessar uma transição.

Eleições são foco de volatilidade
O calendário eleitoral também vai mexer com os mercados nos meses de Verão. As primárias nos EUA e as eleições na vizinha Espanha são alguns acontecimentos susceptíveis de influenciaram o sobe e desce das bolsas. Neil Dwane realça que as primárias nos EUA poderão oferecer "clareza de potenciais políticas em importantes sectores do mercado, que seria uma pena perder até Outubro".





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